Corrupção em Metástase
Na ânsia de ver fechada a rota do tráfico de escravos da África para a América, o mais jovem poeta abolicionista, o baiano Castro Alves, resume em seus versos do poema Navio Negreiro: “Andrada, arranca o pendão dos mares. Colombo, fecha a porta dos teus mares.”
Hoje, no mais veemente desejo de acabar com a corrupção, diria: “governantes, fecha os cofres do tesouro.” Não é possível admitir que todos aqueles que prestam serviço ao governo queiram sangrá-lo. Acham que dinheiro público não tem dono. Só entre eles deve ser divido o bolo. E assim a corrupção vai se generalizando, desde a base até o topo da administração pública. Uma verdadeira metástase dessa doença que afeta todo o país.
Por não podermos encontrar, em toda parte, um corajoso Juiz como o da Operação Lava-Jato, é preciso que cada brasileiro empunhe a sua bandeira anticorrupção, assim como nosso poeta a empunhou contra a escravidão. Não deixemos que a metástase se aloje neste corpo chamado Brasil.