Psico_caminhada
Com a mente povoada por argumentos _ alguns racionais, outros ilusórios _ prossegui em minha caminhada; um árduo labor pela bagagem extra. O sol ardendo na pele, o suor salgando os lábios
e os olhos, e até a areia que o vento fustigava, açoitando minha
face desprotegida.
Novas feridas expostas na carne, juntar-se-ão aquelas não cicatrizadas que ainda maculam minha alma.
Caminhar era preciso.
O objetivo era não perder o foco e mantendo-se o estimulo,
no exercício da razão; até mesmo a dor é suportável!
Atiraram-me pedras, cuspiram-me na face, meus gestos de carinho
foram abominados e quando em profunda dor, procurei abrigo,
fui rechaçado e condenado por um crime não cometido... Continuo
minha caminhada, sobre as pedras e a saliva de meus algozes.
Minha semente outrora plantada, hoje caminha ao meu lado;
esbanjando inteligência e alegria... Nem tudo é sombrio; tenho fé,
paciência e a luz brilhante de um lindo sorriso.
Caminhando me liberto, os argumentos se dissipam e concluo minha jornada... Caminhar é preciso!