(Des)Entalo
O celular tocou. Era ele. Depois de tantos dias, ele resolvera aparecer. Pra quê?, pensava ela. Agora que estou tão bem. Com um nó na garganta, ela atendeu aquela ligação a qual não esperava mais que viria.
- Alô?
- Tô com saudade de você, minha menina!
- Oi! Como você está?
- Estou bem, obrigado. Liguei pra dizer que sinto falta de você, muita saudade de você. Sinto falta do cheiro, do seu calor, do seu...
- Olha, queria te falar isso pessoalmente, mas não vou esperar. Eu conheci alguém.
- Sério? Fico feliz por você.
- Sim. E você sabe o que isso implica, não sabe?
- Sei sim. Sempre torci por sua felicidade, você sabe disso. Desde o começo sabia que não era comigo.
- Obrigada por entender.
- Esse cara deve ser muito bom. Ele tem que ser, porque ele tem ouro nas mãos.
- Você me deixa sem graça desse jeito.
- Mas é verdade. Você é valiosa e quando se gosta de alguém a gente tem que querer sempre a felicidade dessa pessoa, mesmo que isso signifique que ela não vá ficar ao nosso lado. Deu pra entender?
- Entendi sim, acho que entendi.
- Estarei sempre esperando por você. Você conquistou um espaço grande no meu coração, que é só seu.
- Estar com você foi muito bom. Você me deu momentos maravilhosos, que eu vou lembrar sempre com saudade e carinho.
- Eu também vou. Sempre.
- Era isso.
- Tudo bem.
Silêncio... Um silêncio doloroso.
- Ei!
- Oi?
- Sei que é tarde pra isso, mas... eu te a...
- É melhor a gente desligar agora.
- Tá certo. Tudo bem.
- Adeus.
- Adeus.