VOLTA ÀS ORIGENS
Minha filha Ana Claudia, de Jundiaí/ SP, ora nos visitando com seus filhos Isabela e Guilherme, me chamou ontem pela manhã, com a Dona Mari, sua mãe, para um passeio pela Belo Horizonte arborizada e montanhosa, cidade a qual ela ama de paixão.
Qual não foi minha surpresa quando ela pegou a BR-040, saindo da capital para o interior e buscou meu torrão natal, Caetanópolis (o antigo Cedro), onde tenho muitos primos, parentes e amigos queridos. Fazia um bom tempo que eu não os visitava, talvez uns sete anos ou mais.
Distante pouco mais de cem quilômetros de Belô, lá estava o Cedro, como insistimos em ainda chamar assim a cidadezinha, terra também de uma conterrânea ilustre, a Clara Nunes. Logo adentramos seguimos para a Praça da Matriz de Santo Antonio, contornando o belo e antigo coreto nos jardins que adornam a praça e buscamos a velha casa onde residem os primos Marinete e Fábio, sendo recebidos com muita alegria. A Marinete, celular em punho, logo disparou telefonemas aos seus outros irmãos, comunicando a visita inesperada. Chegou rápido o Dimas, chamado por todos de “Quinha”, espirituoso como sempre, o papo ficou animado e a Marinete foi fazer um café. Depois o “Quinha” nos levou à casa do mano Hélio, nas “Mangueiras”, onde nos recepcionaram a Sônia, sua mulher, os filhos André e Vinicius, um casal de amigos... e veio mais café com bolo, pães de queijo e doces. Alguém trouxe uma caixa grande com retratos antigos dos pais, avós, tios, irmãos que moravam fora, alguns até em outros estados e a tarde foi caindo. Lembramos dos ausentes, como o Tuca, Creoulo, Bitelo, Emílio Jacaré, Emersinho, o Piré, a Nêga, Claudinha, contamos “causos” deles e rimos bastante.
Começaram as despedidas, os parentes vinham com agrados, quitutes para a viagem de volta a Belô, ovos, frango, lingüiça, pamonha, até uma lata de sabão desengordurante feito pelo Hélio mesmo (ele garantiu ser melhor do que o produto industrializado dos supermercados), muitas recomendações aos meus irmãos (outros primos) que ficaram na capital mineira, enfim, foi aquela festa!...
Minha filha Ana Claudia sentiu não ter mais tempo de irmos até Cordisburgo, conhecer o museu da casa de Guimarães Rosa (“Grande Sertão Veredas”), pois a tarde avançava e o trânsito de caminhões pesados se intensificava. Ficaria para outra oportunidade.
Foi assim que, de repente, em plena segunda feira, voltei às minhas origens e lavei a minha alma. Uma das vantagens da aposentadoria e da terceira idade.
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B.Hte., 21/07/15