MONASTÉRIO E MULTIDÃO.

Viver em um monastério em meio à multidão.

Primeiro estar em paz com a consciência, repelir a não conscientização de padrões pessoais desvinculados da aceitabilidade necessária, muitos estão à deriva das obrigações da Lei Moral, pacífica, serena e aceita universalmente, mas ainda assim cavalgam por estradas sombrias com padrões à margem do desejável, e até mesmo do impositivo. Atentam contra a Lei Moral.

É a cavalgada dos que não têm freios como ensinado na Carta de São Tiago, “os cavalos com imenso corpo são conduzidos por pequeno membro, a língua sob freios”.

Pode-se estar, contudo, no meio da multidão, dos oráculos selvagens e estruturados no mal, e ignorá-los. Para tanto implica ficar recolhido aos seus deveres de ser e estar em convívio em gênero, celebrado pela paz vivida, se apartando do que não faz crescer.

São passos agilizados e continuados, meditados e dados todos os dias em frente, tentando ser melhor e melhorar "erga omnes" no padrão universal terceiros, se possível. Para muitos será sempre impossível, espíritos fechados que mostram o sabor féleo destilado dos problemas da alma enfrentados, recônditos nas cavernas da alma obscura e que não são frequentados pela publicidade, que se aclaram e surgem na intermitência de sensibilidades enganosas, embora com cores. As mentiras são mais fortes que as verdades escondidas,mas se desvendam.

Se algo se torna intransponível e você não pode ajudar, ensinando, conforte-se em que não há solução para tudo. Cada um terá de viver suas histórias, é inexorável. O necessitado não é maior que a necessidade. Não se gaste em enfrentamentos, em nada e em caso algum, principalmente familiar, a não ser que viole direitos seus protegidos pelas leis, nesse caso exerça-os. Se um pequeno direito violado é negligenciado por seu detentor, ele somado a outros, forma imenso exército de contaminação do tecido social.

O importante, maximamente, é estar imune às desimportâncias, viver no seu monastério interior, ainda que a turba exterior violadora esteja ao seu lado e queira se aproximar, ela deve escoar em seus pronunciamentos para o que se conceitua como desvalia e desvio do que é desejável. Nossa compreensão deve distinguir com clareza o que nasce, como nasce, qual a razão da posição e qual o conteúdo de real importância.

Simplesmente ignore o desimportante e siga o que é importante. Por quê? Todos têm suas verdades, ainda que inverdadeiras diante da unanimidade agregada e comungada, mesmo que elas se voltem contra simplicidades postas e históricas ou promovam o desajuste entre próximos. A oxigenação social e suas avançadas fronteiras não estão ao alcance de todos, basta olhar o mundo, suas insuficiências e crueldades, suas primariedades que chocam e trazem danos para a educação como saúde social.

Viver o dia a dia enriquecidamente para seus requisitos é questão particular, muitos em sítios paroquiais, internos e externos, circunscritos à limitação de suas paredes bairristas e anímicas, encontram felicidade no menos por não conhecerem o mais, o mais interior e os muros a serem escalados para fazer fortuna interior, com atavios e ornatos diversos do comum. A felicidade dos sentidos não é para todos. Para muitos basta para a fixação do simplório desse “intramuros”, onde não se dimensiona o pensamento, nem se está aberto para receber as conquistas mundiais, que ainda são poucas, e nem mesmo e até o deleite que encarna a beleza plástica, percebe-se. Não existem olhos para os que não enxergam.Não ocorre a satisfação permanente, só a transitória, a que se chega pela insuficiência com muito esforço, incapaz de atingir a conquista da paz absoluta e a visão da beleza.

A transitoriedade também é força, mas é preciso trabalho para não desconfigurar a tese de que todos possam avançar para a meta da permanência, a paz absoluta.

Ninguém demove da insciência o insciente, é patológica a conduta reiterada contra permanências pétreas que trazem paz.

Faça o que puder sob seu campo de ação, o possível, para realizar o que demanda solução e que está passível de seu domínio para ajudar.

Viva em seu monastério, não se aparte dele, mas trabalhe sua ação a cada instante, vigiar é preciso para que não se avizinhe o que merece mais compaixão do que compreensão.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 20/07/2015
Reeditado em 23/07/2015
Código do texto: T5317536
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.