Para lacrar a madrugada!
Estou inquieto! Meu sexo pulsa, a puta em mim pulsa e de pulso em pulso, me torno impulsiva! Morta na carne de nascença, vivíssima no corpo que habito enquanto gente socialmente construída para ser feliz. Espere, escute, ainda não acabei! Sou fruto de sua ignorância, tá entendendo? Não?! Paciência, não tenho tempo de explicar tudo, o gosto do meu chiclete já está gasto e já faz tempo que nem rezo e nem deixo que me leiam a minha mão!
Faz careta, problema seu, quem vai ficar enrugado mais cedo é você e se quiser ir, pode ir, ainda não acabei com a minha vontade de gozar todo o meu contentamento porque estou de puta, minha carne pulsa e dentro de mim muitas vozes que me contemplam inquietação... quero uma ação longa e rápida porque o tempo passa e perco a hora e o tempo espanta e nem sei quanto tempo ainda resta para que eu seja feliz.
Olhe bem para minha mão, gosta desse movimento? E desse toque? Veja o tamanho dos meus dedos e como está novo o esmalte de minhas unhas, daqui a pouco uma nova maquiagem, mas continuo sendo a mesma pessoa de minutos atrás! Você me atrai com esse cheiro de xixi vencido. Acha estranho? Quem mandou proibir o meu desejo e me fazer gente dentro dos banheiros, nas periferias da vida, beijando bocas já beijadas e lambendo corpos já usados nos colchões macios?
Ai, bate do outro lado! Só sabe resolver as coisas assim ,não é mesmo? machucam, as palavras? Imagine então quantas dores eu já sofri e nem me venha com a mesma ladainha de sempre que arroto outras verdades, prefiro fazer bolhas de sabão e percebê-las frágeis diante do vento que não sopra a favor. Engula esse deus de misericórdia duvidosa, engorde a si mesmo com esse sermão de merda e não me amole mais com tanta falta de não ter o que fazer!
Veja o bico do meu peito, esse toque de suas mãos em meu corpo me deixa lasciva, vontade de morder os lábios e descobrir quantos gostos têm em sua língua, chegue, lamba-me o sovaco e sinta como minha carne é macia, venha, sei que você gosta e é isso que você quer, eu entendo o jeito bruto que você tem de me fazer carinho. Se quiser posso te colocar no colo, massagear seu pescoço enquanto você me toca no músculo de prazer que você quer.
Estou inquieta porque fico louca quando você vem com essa barba por fazer, já tonto de tanta bebida e se faz de tolo, roça de leve meu cangote e já descubro que preciso ser ainda mais fêmea de força porque quanto mais estranha pareço ser, mais você me quer para puta.
Já vi que nem um cigarro não rola hoje não é mesmo, mesmo assim farei o serviço completo! Comeremos frango assado e beberemos um delicioso meia nova de velha safra, espera, assim você me rasga a saia, calma, é um zíper, pode abrir que sua dama de paus já está armada!
Estou impulsiva, não queria que fosse assim, mas fazer o quê? Não pus a calcinha para facilitar, não tem truque porque o sangue ferveu e saí de leoa, vontade de bater a carne de frente com a vida por tanta impulsividade! Minha carne pulsa, meu pulso pulsa e de longe vem um som que me acaricia o coração... Vai te fuder, assombração, vai chupar um canavial inteiro que faço o que gosto, que sou do jeito que me invento e reinvento a cada dia... Espere, ali tem um colchão velho, veja, quero aproveitar essa lua linda lá no alto e tremer a carne enquanto os carros buzinam.