Só o prazer para aliviar a dor
A nossa luta é todo dia! Por mais que queiram calar a nossa voz, somos diversos e por este motivo não aceitamos calados e caladas os grilhões da opressão sobre nossos corpos! Não vivemos a realidade de uma raça única, de cor única, de características únicas! Vivemos a realidade das misturas e das diferenças e estas são as nossas bandeiras de nossa luta!
É preciso a clareza do entendimento de que já não vivemos no período da pré histórica, mas uma pré história estão querendo nos empurrar goela abaixo quando se impõe calar a voz da escola e dizer que a barbárie hoje existente nessa instituição deve ser naturalizada em nome de uma naturalidade que nunca existiu. Fechar os olhos e não poder dizer que os conceitos, hábitos e atitudes de opressão da heteronormatividade são construções sociais, somente voltando aos rabiscos das cavernas e reinventando novas ousadias que quebrem essas amarras criadas pela estupidez de leis subservientes aos interesses fundamentalistas de algozes políticos polidos pela falta de coerência com a diversidade da vida.
A nossa luta é todo dia por acreditarmos que somos seres políticos, sociais, culturais e históricos!
O homem do século XXI não é o mesmo da Idade Média, muda-se a era, muda-se a sociedade. Muda-se a sociedade, muda-se o cidadão, seus hábitos, costumes e atitudes. É uma luta contra um sexismo binário produtor de diferenças castradoras da dignidade humana. Um sexismo produtor de diferenças agressivas, escravistas, opressoras e intolerantes e de desigualdades, a nossa luta diária é contra essas desigualdades construídas historicamente.
Lutamos pela desconstrução de um conceito de organização social que segrega, maltrata, fere sujeitos sociais estigmatizados pelas suas escolhas, suas orientações, descobertas e construções de identidades longe das imposições postas a homens e mulheres ao longo de uma história fundamentada no patriarcado, na heteronormatividade e nos princípios religiosos.
É uma luta diária contra o machismo que mata centenas de mulheres ao longo de um ano, dezenas de mulheres ao longo de um mês, unidades de mulheres ao longo de um dia! É a luta pela criminalização da lgbttfobia presente na sociedade atual que cala a voz de tantos e tantas gays, lésbicas, travestis e transexuais, cidadãos e cidadãs marginalizados pela negação de direitos que legitimam a igualdade perante a lei e a existência de uma população socialmente construída na luta! É uma luta contra a estupidez de um racismo que viola a convivência entre seres humanos, além de promover atrocidades pela negação de direitos e produção de discurso separatista.
A nossa luta é para que se possa discutir questões de gênero na escola com a finalidade de se minimizar as desigualdades existentes entre homens e mulheres, construindo um sujeito social protagonista da sua história pauta no respeito à diversidade de gênero, na livre orientação sexual e inclusão das minorias através da tolerância.
É uma luta que não pode cansar os seus guerreiros e guerreiras, é uma luta que necessita de "prazer para alivia a dor".