SINCERICÍDIO.

A prevalência da sinceridade traria a morte da conduta dos relacionamentos por ser religião para muitos exercerem a franqueza. Este fato é marcante. As pessoas têm medo de serem o que são, primeiramente. Há uma vontade de se retratar fora do cenário real. Por inumeráveis motivos de como aparecer na cena. Ninguém está muito satisfeito com o que é na passagem terrena, ou o que recebe e tem recebido. Mas há os que são sinceros a qualquer preço. E acontece o sincericídio.

Pelo que se vive podem ser esperadas mudanças gerais para melhor? Ou seria melhor que cada um ou grupo familiar cuide de seus interesses e deixe de preocupar-se com o todo? Permitiria essa atitude não isolar-se socialmente?

Há um mínimo de expectativa em todos, mesmo indiferentes os graus de percepção e conhecimento, em receber verdades uns dos outros, posturas sinceras de confiança nas relações sociais em atividades setoriais, profissionais, públicas e privadas. Espera-se poder crer nas falas, mensagens, comunicações, na sinceridade enfim, valor difícil de praticar.

Ser verdadeiro é padrão? Em qual proporção numérica? São as verdades e mentiras ocorrentes que pautam o mundo, incidentes nos múltiplos relacionamentos.

O mundo melhorou? Espera-se que melhore? Vem melhorando?

Bom de meditar sobre essas variações. Por quê? Para se firmar, ter consciência em qual mundo vivemos, como se conduz o ser humano. E o que se pode esperar. Muitos se surpreendem com maneira de ser de alguns. São os otimistas. Os que conhecem as realidades humanas pelo caminho dos conflitos existentes em todos os níveis, desde o particular ao regional e global, não são pessimistas, mas realistas e não mais se surpreendem.

Situar o mentiroso formal, que se neutraliza através dos meios institucionais é fundamental para proporcionar a imensa necessidade de mudança, mas diga-se, no mundo quando há desrespeito às regras que são desdenhadas nada funciona. Alguns núcleos populares caminham melhor,respeitam as regras. Poucos. Falta de educação, por complexos visíveis, acaba em exibir o lado sombrio da vida.

Os mentirosos não podem se esconder, ao menos, e mostram claramente quem são, é questão de tempo.

A credibilidade, ou traduzindo, o que se espera como verdade crível, é amalgama da existência de como deveria funcionar a relação humana sincera, que faz esgrimir com galhardia a personalidade sincera e altiva, mas verdadeira e que não cala, por ser fundamental, longe de vaidades, pretensão e principalmente ignorância, a maior vertente.

Formaram-se as regras e a coerção, vigorosas forças para harmonizar a sociedade. A não credibilidade que atua e traz danos é coercitivamente punida.

A coerção aplicada que expurga a mentira, mesmo essa veicular pretensão doutrinária da harmonização social não tem funcionado nas épocas, nas eras, imagine-se a não coercitiva, de cunho ético.

Ser sincero por vezes é matar ou morrer.

O mundo está felizmente cheio de sincericidas, é o lado bom da humanidade.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 19/07/2015
Reeditado em 20/07/2015
Código do texto: T5316313
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