ONDE VOCÊ ESTAVA NO “PERÍODO DE EXCEÇÃO”?
Ao retornarmos ontem à noite para nossa casa, após o nosso compromisso habitual das quartas-feiras; passava um pouco mais das 22h00min horas; primeiramente ligamos o rádio, queríamos saber o resultado do jogo do nosso time do coração, que iniciara às 19h30min horas; a emissora que sintonizamos informou que o mesmo revertera um placar desfavorável de 2 a 0 para 3 a 2.; o novo técnico começou com pé direito...
Ligamos a TV o jogo transmitido não era de nosso interesse; fixando as imagens da TV Educativa; estava sendo entrevistado o advogado, escritor e ex político, - teve seu mandato de Deputado Federal suspenso em 1969; - fora um dos Deputados mais votados no Estado do Paraná. - Léo de Almeida Neves; que no vigor de seus 78 anos lança nesta segunda feira mais um livro: Segredos da Ditadura de 64. O entrevistado respondeu a várias perguntas da jornalista e também de alguns professores que participavam do programa.
Rememorou que quando criança queria ser general, pois se ligava muito aos fatos da Segunda Guerra Mundial; mais tarde acabou optando pela carreira jurídica; quando estudante de Direito, teve o privilégio de representá-los num célebre discurso; em - que foi no dia seguinte elogiado na Faculdade por um de seus Mestres. - num memorável comício que marcou a campanha da eleição do grande estadista brasileiro Dr. Getúlio Dorneles Vargas em nossa cidade em 1950; - de 1930 a 1945 dirigiu o país pela via indireta... - apesar de estar com mais de 70 anos, não resistiu aos apelos populares, para voltar a comandar os destinos da Nação brasileira; pelo voto direto; fato que realmente acabou acontecendo.
O entrevistado é reconhecido pela defesa deste grande estadista brasileiro; se houve alguns desacertos, na sua longa carreira política; certamente as decisões corretas a tudo suplantaram; lançando as sementes de um Brasil mais justo e próspero...
Num certo momento houve um consenso dos participantes: Apesar dos excessos cometidos no longo do tempo do Governo Militar, - 1964 a 1985-.
Havia um forte sentimento de Nacionalismo; se criando vários órgãos que fortalecessem a economia nacional, dentre eles: Telebrás, Embrapa, Eletrobrás e fortalecendo a Estatal do Petróleo. - Petrobrás. Etc...
Quando em 1969 teve os seus direitos políticos “cassados”; afastou-se da política; conseguiu um emprego de carteira assinada, - palavras dele. - e está nesta empresa a mais de 40 anos...
Comentou que havia naquela época dois blocos querendo a qualquer custo exercerem suas influências na América Latina; - EUA e Rússia. - e isto acabou gerando uma série de acontecimentos em vários países; com destaque ao Brasil, Chile e Argentina...
Baseados neste quadro, isto nos levam a fazer as seguintes divagações: Hoje, passados quase cinqüenta anos, nos dá uma melhor condição de analisar este período de nossa história; se parte dos países da América Latina, emergisse naquela ideologia política, em que partia do pressuposto que os seres humanos têm uma vida tão somente; não levando em consideração às vivências, experiências oriundas de várias vidas pregressas, - fato que parte da ciência está pesquisando e alguns estudiosos desta área estão aceitando. - levando isto em consideração como aceitar que todos sejam colocados no mesmo patamar? É evidente que as necessidades existências são inerentes a todos; porem sempre haveria a diferença de comportamento aos níveis de conquistas de cada um.
O nosso sistema; - exercício da Democracia. - tende a constantemente a ser aprimorado, visando o bem estar coletivo, em que o Estado deve exercer o papel moderador das próprias atividades da sociedade; os desmandos de alguns têm que serem contidos, a fim de que não venham em prejuízos de muitos; que terão, que salvaguardar os seus direitos, junto daqueles que em nome do Estado legislam suas Leis; que à medida que a sociedade evolui, são aprimoradas...
Temos a oportunidade de fazermos um “revezamento no poder”; em que os sistemas ditatoriais não permitem...
Voltando a frase que deu título às estas Reflexões do Cotidiano; com certeza, nos, como mais de 99 % dos brasileiros estávam trabalhando e muitos estudando, cuidando de suas vidas; no nosso caso recém casados, com uma filha; exercendo o trabalho de bancário e com pouquíssimos recursos financeiros, mas esperançosos por dias melhores...
É evidente que nos regimes de exceção, há as atitudes arbitrárias, dos que provisoriamente de tem o “poder”; é possível que o quadro político que sempre recebeu pesadas críticas; hoje, após estes longos anos, possamos ter uma visão com menos envolvimentos e ressentimentos; em que os “males sofridos”; poderiam estar evitando um” mal bem maior”; se um sistema político diferente fosse implantado, teriam tido funestas conseqüências; pois com a queda do muro de Berlin, - 1989 – ruiu todo o sistema com os seus paradigmas; vigorando por décadas...
Comprovando que não somos iguais; cada ser, guarda dentro de si, as aquisições individuais; inerentes a sua longa caminhada evolutiva em que há perdas e conquistas no aprimoramento de cada um...
Curitiba, 3 de junho de 2010- Reflexões do Cotidiano- Saul
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