SER RICO.

Não se é rico pelo que se possui ou por medidas como apontam ridículas estatísticas, medidos os ganhos por moeda, indicando patamar de ricos na balança da inverdade de créditos. A verdadeira riqueza embora muitos achem diferentemente, e a maioria, está longe do consumismo vão, da febre de ter o que excede.

A riqueza é endógena, você leva em seu sacrário interior, no gosto e no espírito, e ficam imemoriais. O exógeno que a moeda compra é significativo para a insignificância. Existe muito que a moeda não pode comprar, e mais, o que nos chega pela conquista do esforço na lida da vida e da seletividade de valores e gostos com que alguns são aquinhoados.

As necessidades que satisfazem o interesse para a fortuna interior não são ficção ou romantismo, mas para essa avaliação é preciso possuir fortuna singular, a que não se adquire por trocas de mercancia, mas por educação e voluntariedade em saber distinguir sem distinguir pessoas.

O trabalho que realiza o interior nascido do fruto de servir a sociedade, servindo-a de alguma forma e assim enriquecido, através da ciência e atividades ou em ritos pessoais inerentes à sua chegada ao mundo, em vestes múltiplas que se incorporam na caminhada sobre o planeta, fazendo-o sem solução de continuidade, retorna em expressivo aumento espiritual que o material contorna com somatório abundante ainda que encarado como acessório. Essa acessoriedade é a que faz o principal brilhante e próximo da maravilha.

A metamorfose da vida traz para muitos, por vezes, muito mais do que é preciso, muito mais que o necessário, é a outra parte que chega pela realização e deve ser distribuída, ao menos essa parte que sobra em razoável quantidade.

Traria conforto interior e felicidade pessoal tal postura? Seria mentir negar, pelo que se vê, diante da comparação do que amplia a visão na farta distribuição de egoísmo.

São imensamente ricos os que têm paz de consciência e nada devem a ninguém por nunca terem feito nenhum mal, e fazem o bem, e nada deverem a eles mesmos, às suas personalidades em posições e atitudes firmes.

O que para uns são simplicidades, apreendidas de plano, em materialidade e espirito, alma, para outros resulta em vasta complexidade e se derramam na disfunção flagrante. A concessão do dom tem reservas da natureza. Não está coroada a concessão em granel.

Aprender é saga da vida que muitos não podem assimilar e compreender. Nada que a vida não ensine, basta aguardar a imperatividade do tempo, o festejado “senhor da razão”. Não sem razão o tempo é o Senhor, o "dominus".

Todos devem ir longe no aprendizado, ao menos tentar, mesmo estando perto das dificuldades que as distâncias projetam, separando possibilidades mais longínquas que o espirito pode atingir.

Das madonas e suas belezas, por exemplo, das maravilhas da arte plástica que inunda as eras, desde uma Pietá de Michelangelo até todas as natividades que expressam a chegada em vida do Menino de Nazaré, em tinta ou pedra, o Jesus que mudou o mundo, todos, sem exceção, podem compreender e captar a beleza interior expressada. Entra pelos olhos.

Dessa beleza nada pode se afastar, nem ninguém, a não ser os que na vida do desconforto do interior estão a cruciar, desgastar, desajustar.

Ricos são os que podem colocar os favores da materialidade ao serviço do espírito.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 17/07/2015
Reeditado em 21/07/2015
Código do texto: T5314211
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