Mágicos e Mágicas
Há algumas semanas, fui a um fantástico show de mágica. A gente sabe que é ilusionismo, sabe que está sendo enganado, bem debaixo do nosso nariz, mas, ainda assim (ou, talvez, por isso mesmo), fica fascinado. Truques incríveis de hipnose, levitação e mais um monte de abracadabra se descortinam e deixaram a plateia extasiada.
Meu filho, que está com cinco anos, acrescentou mais uma profissão à lista que já contém umas dezenas. Fez questão de sentar-se na primeira fileira para ser escolhido como assistente do mágico. E foi. Participou de um número e saiu encantado. Disse no carro que vai ser mágico. Só ficou preocupado, pois não sabe como vai aprender o ofício, já que a escola ainda não ensinou nenhum truque para ele. Ainda. Sei que ele vai aprender...
Acontece que fiquei encafifada com uma coisa: nunca vi um show de mágica apresentado por uma mulher. Apresentações televisivas, em teatros, festas de empresa ou igrejas sempre há o mágico. No máximo, quando há mulheres, elas são as ajudantes, assistentes de palco. O mundo da mágica ainda não foi invadido pelas mulheres? Como assim?
Comecei a procurar por profissionais em sites de busca. Tudo homem. Encontrei uma postagem com os oito mágicos mais famosos do mundo (veja AQUI). Nenhuma mulher. Depois encontrei outro link, com a lista dos dez mais ricos do mundo (veja AQUI). Adivinhem? Mais uma vez, nenhuma mulher.
Bem, verdade seja dita. Encontrei um vídeo de um desses programas televisivos de talentos. A mágica Diny causou espanto até mesmo no jurado, quem chegou a dizer que ela era a primeira mulher que ele via nessa profissão.
Mas, gente, em pleno século XXI, depois de séculos de sermos rotuladas de feiticeiras, caçadas como bruxas e fazermos tanta mágica para dar conta da jornada dupla ou tripa de trabalho e dominarmos tantas áreas, antes só masculinas, ainda há esse ramo inexplorado? Ou será que justamente à caça às bruxas causou a extinção de mulheres no mundo da mágica?
Como o filhote estava mesmo decidido, por dois longos dias, a se tornar mágico, resolvi procurar na internet alguns vídeos de pessoas ensinando alguns truques e comecei a mostrar para ele. Já no primeiro truque, ele parecia decepcionado com as técnicas. Perguntei se eram difíceis. Não. A resposta foi: Mas, mãe, eu não quero enganar as pessoas!
Aí, deu um estalo. Será que, talvez, esteja aí a razão de haver tanto homem e quase nenhuma representatividade feminina nesse ofício? Será que as mulheres não gostam de enganar as pessoas? Na eterna guerra dos sexos, dizem por aí que os homens enganam ou mentem mais que as mulheres. Será? Não sei. Pode ser que essa não seja a razão, afinal, dizem que a mulher engana até o diabo!
Surgiu uma outra hipótese. Se uma menina ficar praticando truques, logo vão mandá-la procurar o que fazer. Com pesquisas que comprovam que meninas ajudam muito mais nas tarefas domésticas que os meninos, sobra menos tempo para elas. Aliás, que negócio é esse de ficar cortando ou colando cartas de baralho, praticar como esconder objetos rapidamente em bolsos de paletós? Já até consigo ouvir que isso é coisa de menino... Meninas devem ir para as aulas de balé, de preferência com roupa rosa.
Outra ideia que me ocorreu tem a ver com os trocadilhos e ambiguidades que podem gerar na apresentação do show de mágica feito por uma mulher. A mágica X estará em nossa cidade! A mágica em seu show de mágica. Vejam a mágica! Isso tudo deve causar muita dúvida semântica. A mágica estará em nossa cidade? Que bom. Ficaremos todos envoltos por muita magia, mágica e mistério. E a terceira frase, então? Ver a mágica?! A mulher ou o truque de mágica?
Por que será que há mais homens nesse mercado? Estou até agora tentando descobrir. E aceito suas hipóteses e explicações plausíveis. Vai que alguém conhece pessoalmente um mágico e pode me dar a resposta a esse grande segredo! Sei lá, de repente eu faço um curso de mágica só para me infiltrar nesse clube do Bolinha e tentar entender por que não há mulheres por lá. Ou, quem sabe, pelo menos, eu me torne uma mulher (mais) mágica?
Há algumas semanas, fui a um fantástico show de mágica. A gente sabe que é ilusionismo, sabe que está sendo enganado, bem debaixo do nosso nariz, mas, ainda assim (ou, talvez, por isso mesmo), fica fascinado. Truques incríveis de hipnose, levitação e mais um monte de abracadabra se descortinam e deixaram a plateia extasiada.
Meu filho, que está com cinco anos, acrescentou mais uma profissão à lista que já contém umas dezenas. Fez questão de sentar-se na primeira fileira para ser escolhido como assistente do mágico. E foi. Participou de um número e saiu encantado. Disse no carro que vai ser mágico. Só ficou preocupado, pois não sabe como vai aprender o ofício, já que a escola ainda não ensinou nenhum truque para ele. Ainda. Sei que ele vai aprender...
Acontece que fiquei encafifada com uma coisa: nunca vi um show de mágica apresentado por uma mulher. Apresentações televisivas, em teatros, festas de empresa ou igrejas sempre há o mágico. No máximo, quando há mulheres, elas são as ajudantes, assistentes de palco. O mundo da mágica ainda não foi invadido pelas mulheres? Como assim?
Comecei a procurar por profissionais em sites de busca. Tudo homem. Encontrei uma postagem com os oito mágicos mais famosos do mundo (veja AQUI). Nenhuma mulher. Depois encontrei outro link, com a lista dos dez mais ricos do mundo (veja AQUI). Adivinhem? Mais uma vez, nenhuma mulher.
Bem, verdade seja dita. Encontrei um vídeo de um desses programas televisivos de talentos. A mágica Diny causou espanto até mesmo no jurado, quem chegou a dizer que ela era a primeira mulher que ele via nessa profissão.
Mas, gente, em pleno século XXI, depois de séculos de sermos rotuladas de feiticeiras, caçadas como bruxas e fazermos tanta mágica para dar conta da jornada dupla ou tripa de trabalho e dominarmos tantas áreas, antes só masculinas, ainda há esse ramo inexplorado? Ou será que justamente à caça às bruxas causou a extinção de mulheres no mundo da mágica?
Como o filhote estava mesmo decidido, por dois longos dias, a se tornar mágico, resolvi procurar na internet alguns vídeos de pessoas ensinando alguns truques e comecei a mostrar para ele. Já no primeiro truque, ele parecia decepcionado com as técnicas. Perguntei se eram difíceis. Não. A resposta foi: Mas, mãe, eu não quero enganar as pessoas!
Aí, deu um estalo. Será que, talvez, esteja aí a razão de haver tanto homem e quase nenhuma representatividade feminina nesse ofício? Será que as mulheres não gostam de enganar as pessoas? Na eterna guerra dos sexos, dizem por aí que os homens enganam ou mentem mais que as mulheres. Será? Não sei. Pode ser que essa não seja a razão, afinal, dizem que a mulher engana até o diabo!
Surgiu uma outra hipótese. Se uma menina ficar praticando truques, logo vão mandá-la procurar o que fazer. Com pesquisas que comprovam que meninas ajudam muito mais nas tarefas domésticas que os meninos, sobra menos tempo para elas. Aliás, que negócio é esse de ficar cortando ou colando cartas de baralho, praticar como esconder objetos rapidamente em bolsos de paletós? Já até consigo ouvir que isso é coisa de menino... Meninas devem ir para as aulas de balé, de preferência com roupa rosa.
Outra ideia que me ocorreu tem a ver com os trocadilhos e ambiguidades que podem gerar na apresentação do show de mágica feito por uma mulher. A mágica X estará em nossa cidade! A mágica em seu show de mágica. Vejam a mágica! Isso tudo deve causar muita dúvida semântica. A mágica estará em nossa cidade? Que bom. Ficaremos todos envoltos por muita magia, mágica e mistério. E a terceira frase, então? Ver a mágica?! A mulher ou o truque de mágica?
Por que será que há mais homens nesse mercado? Estou até agora tentando descobrir. E aceito suas hipóteses e explicações plausíveis. Vai que alguém conhece pessoalmente um mágico e pode me dar a resposta a esse grande segredo! Sei lá, de repente eu faço um curso de mágica só para me infiltrar nesse clube do Bolinha e tentar entender por que não há mulheres por lá. Ou, quem sabe, pelo menos, eu me torne uma mulher (mais) mágica?