SAI MORTE QUE AINDA TOU FORTE
Veio-me hoje cedo à lembrança minha saudosa mãe Flaviana, resfriada, dando um sonoro espirro, “atchim”, seguido de um arrepio da cabeça aos pés, uma sacudidela para endireitar o corpo franzino e o comentário espirituoso:- “- Sai morte que ainda tou forte”!
Mãe de 10 (dez) filhos, sete homens e três mulheres, ela e meu pai Constantino lutaram muito para criar e educar sua numerosa prole, arrostando enormes dificuldades, mas sempre com garra e disposição.
Diabética, não obedecia as recomendações dos médicos, adorava doces, comia de tudo e apreciava uma cervejinha de vez em quando. Era alegre por natureza.
Ajudava a todos que a procuravam na enorme casa da Renascença, Belô/MG, na vila operaria da fábrica de tecidos, assistindo, orientando, obtendo certidões e documentos nos cartórios da capital mineira, fornecendo amostras grátis de remédios a necessitados e até “garrafadas” de raízes miraculosas, preparadas por sua mãe, minha avó Maria Felix (Vó Féla) . Minha mãe era uma voluntária do bem.
Conseguia emprego na tecelagem para conterrâneos do Cedro/MG, minha terra natal, através empenho do meu pai, Chefe do Almoxarifado Geral da companhia, pessoa muito conceituada pela Diretoria e estimadíssimo na região pelas suas atitudes.
Ela faleceu aos 69 anos, quando eu morava em Fortaleza/CE, com minha mulher Maria Mari e três filhos, vitimada por um infarto agudo do miocárdio, deixando uma grande saudade em toda a nossa família, parentes, amigos e na comunidade fabril.
À minha mãe, Flaviana, minha enorme saudade e o meu preito de gratidão, rogando ao Criador que lhe dê a paz e o descanso merecido aí no “Paraíso Celestial”.
Daqui deste mundo de provas e expiações envio-lhe um beijo e peço a sua benção, minha querida mãe!...
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B.Hte., 15/07/15