Os justos clamam, enquanto os inocentes choram.
Estou um pouco mais convencido do que o contrário, que, um rapaz com dezesseis anos, criado neste mundo tecnológico aonde vivemos na atualidade, sabe muito mais do que seus pares que foram fabricados e preparados para a vida há duas ou três dezenas de anos. O jovem de hoje conhece da vida e do mundo, muito mais do que o homem de idade mediana de ontem. O celular, os laptops, o volume e o poder das informações veiculadas pela televisão, rádio e as outras mídias, tudo isso prepara muito rapidamente um jovem para o bem ou para o mal. Soltem um menor marginal que cometeu um crime hediondo ou não, e vejam se no dia seguinte ele estará em uma sala de aula, ou escondido nos morros favelados de sua cidade e a preparar novos delitos, aprimorando ainda mais sua capacidade ofensiva contra uma sociedade que se educa, diferente dele, para o conhecimento e com este, angariar trabalho, no futuro, e contribuir com a previdência, essa mesma senhora que protege justos e injustos. Aos dezesseis anos um marginal, diante de um crime por ele praticado, já é igualmente mal quando adquirir seus dezoito anos.
Quando será que serão julgados ao mais de cem milhões de processos encalhados na justiça brasileira? Cadê a falácia da turbinação que seria feita para que essa mesma justiça resolvesse a injustiça de toda essa demora em julgar-se essa bagatela, incompreensível, de processos? Teremos que hipotecar o futuro? A hora atual não reúne as condições necessárias para se ajeitar a casa, aparar os erros encontrados, reiniciar a aplicabilidade às leis nacionais? Que país é esse já sabemos, mas até onde irá, esse é um dilema ainda maior.
Palmira, pérola do deserto, foi tomada pelo Estado Islâmico, seus habitantes, considerados invasores, e estão ameaçados, essa minoria muçulmana. O Estado Islâmico fez um ano de sua criação. Há um saldo de milhares de inocentes mortos. É muçulmano decapitando muçulmanos e cristãos e Judeus e Budistas. Até quando? O mundo moderno não consegue evitar as ações maléficas dessa monstruosidade que, em nome de um Deus tão amigo e doce, mata, degola, faz horrores? Também falta muita justiça fora deste país, é certo, mas somos responsáveis do mesmo jeito por todas essas maldades arquitetadas e feitas no mundo.
É urgente que em meio a conjunção de crises mundiais, nossas autoridades constituídas apresentem ganhos de eficiência em suas ações contra todas essas barbáries que têm assustado a todos, indistintamente de onde habitem e o que façam. Se continuarmos apenas pensantes, o custo a ser pago por nós e por todos, certamente será alto demais. O crime organizado desestrutura céus e infernos. A Síria e o Iraque, tomados aqui como claros exemplos, diante das ações do Estado Islâmico, são hoje países falidos, muito enfraquecidos. Palmira deixou de ser a “Pérola do Deserto” para ser a estrada da agonia de seu povo.
Já não consigo mais ouvir, sem que minha alma se esprema de desgosto, sobre delação premiada. Ladrões que denunciam ladrões sob o olhar paciente e generoso de um pedaço da justiça que quer condenar menos a quem condenar mais o outro. Que saco! Criminosos não deveriam ser premiados para falar, de e sobre seus crimes, e dos alheios. Deveriam ser obrigados a fazê-los diante dos olhos cobertos da lei. Cobertos mesmo?
Lembrei-me pelo que passa hoje, talvez um pouco menos do que em recente passado, aquele povo apátrida, conhecido como “Rohingyas”, trazidos da antiga Birmânia, hoje conhecida como Mianmar. Foram trazidos para trabalharem forçadamente e hoje, estão ameaçados de extinção enquanto minoria muçulmana. Sofrem silenciosamente e o mundo lhes dá as costas. Por todos os lados vimos injustiças, corremos riscos de morte, enxergamos miseráveis sendo expulsos de suas terras. Que mundo é esse já sabemos, mas até aonde chegará?
De tudo isso, o que ao meu ver é ainda mais chato e irritante, é lermos e ouvirmos as provas cabais de que o Governo Dilma Rousseff, o ex Presidente Lula e grande bando do Partido dos Trabalhadores, já estão suficientemente comprometidos para serem postos na cadeia, e não consigo saber o porquê da protelação premiada não permitir que a coisa seja efetivada. Em um país sério, já estariam todos presos e com pesadas penas nos ombros. Mas, fica-nos a impressão de que no Brasil o samba e o carnaval não deixam que essas coisas se efetivem diante das leis, quando os réus são peixes grandes demais. Os aquários gigantes teriam de ser construídos e isso carrearia consigo outras ainda maiores propinas. Cadeias, há, mas que para esses não servem. Seria necessário outras instalações, bons vinhos, ótimas comidas, uma climatização padrão FIFA.
Tudo isso é parolagem sebosa. Quando a justiça quer, faz, já sabemos disso pelos “mouros” da vida. O Ministro Joaquim Barbosa não quis mais sentir o odor da opulência dos infectados do poder, nem tampouco o crescimento feroz da injustiça cultivada por tantos larápios engravatados. Os melhores não conseguem trabalhar lado a lado com os piores. O Poder tem poder que até Deus duvida! Já somos um pedaço notável da Grécia em nossa economia. Tomara que Dilma vá embora com o Lula e outros continuem com a anuência social e as mãos e o coração desejosos de justiça e de trabalho.