A FAZENDEIRA

Todo mundo tem as suas fraquezas. Quem nega isso é mentiroso, um reles santinho do pau ôco e falso moralista que dá o bote e esconde as unhas.

Mas há fraquezas humanas que, quando tornadas públicas, causam hilariedade. Vou contar um causo que retrata o que estou dizendo.

Havia na nossa cidade, em fins dos anos cinquenta e começo dos sessenta, uma moça muito ambiciosa que destestava ser pobre, filha de um sapateiro. Só queria, como dizíamos naquele tempo, "ser as pregas". Só acompanhava as moças ricas, se inflitrando dentre elas, fazendo pequenos favores, bajulando. Vivia cavando uma opoertunidade para se promover. Pintou essa oportunidade. As freiras arrumaram para ela estudar num colégio interno católico da capital, ajudando na limpeza e na cozinha. Ela aceitou no ato.

Começo a estudar e a trabalhar, mas nos dias de folga dava umas voltas nas cercanias do colégio. Não para se divertir, mas para observar, fazer o trabalho, como se diz hoje, de prospecção, ou seja, tentar namorar um rapaz rico. Conseguiu. O cara apaixonou-se por ela. Dizia ser filho de um usineiro da zona da mata. Ela endoidou o cabeção. Para se gabar disse a ele que era filha de um grande fazendeiro do sertão e que estudava interna no colégio. Estabeleceram um namoro muito respeitoso. Quando muito saía um beijinho comportado. Cominaram que deviam se guardar ara o casamento.

Cegou o mês de julho e as freiras mandaram a filha do fazendeiro rico passar as férias na sua cidade. Na despedida os nammorados juraram amor eternoe se despediram com um beijinho até extrapolando o respeito.

Quando chegou na sua cidadezinha, começou a alardear seu romance com um filho de usineiro. E quando saía à rua empinava o rosto, importante, fazia até um olhar blasé d entediada com aqueleatraso de cidade atrasada.

Mas aí o sonho sofreu um abalo tremendo. O filho do usineiro chegou à cidade para visitar a namorada filha do rico fazendeiro. Chegou no trem e se hospedou numa pensão mixuruca em vez de ir para o hotel famoso da cidade. Talvez, os que tomaram conhecimento, os abelhudos de praxe, que se tratasse dde um gesto de humildade do riquinho. Na pensão foi logo perguntando por fulana filha de um rico fazendeiro. O filho da dona da ensão que tinha uma bronca danada da moça, segurou o riso e disse ao sujeito que nem se importasse que ele mesmo o levaria à mansão do fazendeiro que ficava meio fora da cidade. Foram. Fizeram logo amizade, falavam a mesma língua, atétomaram uma cerveja antes da camainhada. Chegaram à mansão, a casinha do sapateiro que ficava no fim da cidade. Na sala principal ficava a oficina e a família morava no resto da casa. O riquinho se surpreendeu, mas seu acompanhante rindo gritou: "Mestre João, tem visita para sua filha!". O sapateiro com vozeiraão transmitiu o recado para a filha com seu vozeirão. Ela então veio para a sala com bobs na cabeça e um vestinho de chita. Quando viu o filho do usineiro ficou atordoada, seu sonho ruíra, começou a chorar, enquanto o rapaz da pensão ria demais. Depois o riquinho também começou a rir. Parou e então disse calmamemnte à fazendeira: "Olhe, querida, não precisa chorar porque nao é filha de fazendeiro rico, eu também não sou filho de usineiro não, sou um estudante liso que como você queria dar o golpe do baú, mas dois lisos juntos escorregam, adeus". E saiu com o outro rapaz, foram tomar umas cevejas num bar do lado da Estaalção, ele iria voltar para a capital no trem da tarde. E entrou pela perna de um pinto e saiu pela de um pato, seu rei mandou contar mais quatro. E priu.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 14/07/2015
Código do texto: T5310233
Classificação de conteúdo: seguro