Tio Avô! Pode?

São parônimas as palavras aferir e auferir, retificar e ratificar, entre outras tantas.

Bom o que tem a ver isso com o fato de ser tio avô? Tudo a ver.

Explico.

Tio avô é o irmão do avô ou avó do rebento que nasce.

- Quanta gentileza!

- Sim, normal para um gaúcho. Sou um cavalheiro cavaleiro.

Eis ai outra parônima.

Então na ocasião em que estava se confirmando pela quinta vez a ascensão a essa categoria familiar acendi um charuto e me regozijei. Não tanto por mim, mas... por minha irmã que peleava a bastante tempo em ser avó.

E ao sabor do momento e das delícias da vida, como todos, partilhei essa alegria pelos mecanismos sociais contemporâneos.

Mas os diálogos nessas horas são especiais e únicos. Falar e escrever tem uma significativa diferença, principalmente quando se trata de homônimos e parônimos.

Nesse momento de euforia coletiva, as perguntas são muitas:

- Quanto pesou o rebento?

- Qual é o tamanho?

- como foi o parto?

- A mãe passa bem?

- O pai esta feliz?

- Se parece com quem?

- Como é o seu pé?

Mas a euforia se tornou espanto quando a questão levantada foi:

- Foi cesária?

Não me contive.

Prontamente perguntei:

- Nasceu onde? Numa gráfica ou num hospital?

- Porque tio?

- Nasceu em um hospital e não foi parto normal, deve ter sido cesarea.

E completei:

-Nada a ver com o Imperador Romano Julio Cesar!

Fernando Antonio Lucchese
Enviado por Fernando Antonio Lucchese em 13/07/2015
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