Tio Avô! Pode?
São parônimas as palavras aferir e auferir, retificar e ratificar, entre outras tantas.
Bom o que tem a ver isso com o fato de ser tio avô? Tudo a ver.
Explico.
Tio avô é o irmão do avô ou avó do rebento que nasce.
- Quanta gentileza!
- Sim, normal para um gaúcho. Sou um cavalheiro cavaleiro.
Eis ai outra parônima.
Então na ocasião em que estava se confirmando pela quinta vez a ascensão a essa categoria familiar acendi um charuto e me regozijei. Não tanto por mim, mas... por minha irmã que peleava a bastante tempo em ser avó.
E ao sabor do momento e das delícias da vida, como todos, partilhei essa alegria pelos mecanismos sociais contemporâneos.
Mas os diálogos nessas horas são especiais e únicos. Falar e escrever tem uma significativa diferença, principalmente quando se trata de homônimos e parônimos.
Nesse momento de euforia coletiva, as perguntas são muitas:
- Quanto pesou o rebento?
- Qual é o tamanho?
- como foi o parto?
- A mãe passa bem?
- O pai esta feliz?
- Se parece com quem?
- Como é o seu pé?
Mas a euforia se tornou espanto quando a questão levantada foi:
- Foi cesária?
Não me contive.
Prontamente perguntei:
- Nasceu onde? Numa gráfica ou num hospital?
- Porque tio?
- Nasceu em um hospital e não foi parto normal, deve ter sido cesarea.
E completei:
-Nada a ver com o Imperador Romano Julio Cesar!