A Auto Ajuda do Ouvinte Apaixonado
Aquela música, do modo que foi interpretada, me dava a sensação de que degustava um chocolate branco, cheio de amendoim, tomando meu corpo com um prazer só sentido em um sexo imediatista, com alguém que acabei de conhecer, e em lugar totalmente novo.
Fez com que eu fizesse o vídeo clipe dela todo em minha cabeça, em menos tempo do que ela possui de extensão, com mais sentimento do que notas que ela é feita. Eu nem precisei escutá-la por completo, e isso já estava feito.
Mudei minha feição com dois segundos, passei de sorridente a introspectivo, sem ao menos me avisar de que seria devastadora sua audição.
Me fez imaginar o futuro, me fez imaginá-la tocando em meu casamento, em uma madrugada solitária, em meu funeral.
Cantei-a num videokê de Tokyo, depois de passar no cruzamento mais movimentado do mundo, e de observar as luzes acesas em uma das cidades mais populosas do mundo. Tudo sem levantar da cadeira, infelizmente.
Sem avisar ela terminou, devastou-me como uma paixão, encheu-me de esperança, deixou-me triste, e finalmente, me apaixonei.