FELIZ POR TUDO!
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Talvez o leitor já tenha lido ou pelo menos ouvido falar do livro de Marta Medeiros, escritora gaúcha, intitulado: “Feliz por Nada”. Ele caiu em minhas mãos através de uma amiga que gentilmente me presenteou. No cartão que acompanhou o regalo, dizia que eu seria essa pessoa capaz de ser feliz por nada. Questionei-me se a afirmação era verdadeira e não encontrei resposta de imediato.
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No dia seguinte fui visitar uma pessoa querida que mora na Ilha Grande de Santa Isabel, tendo que percorrer mais ou menos quatro quilômetros. Ao chegar no local aparentemente não havia ninguém em casa. Ao invés de lamentar o transtorno, olhei para o rio Igaraçu que estava à vista, comtemplei aquela vegetação excêntrica, respirei um ar que tinha cheiro de mato e disse para mim mesma: a viagem não foi em vão, valeu contemplar essa paisagem. Nesse momento tive a resposta ao meu questionamento. Sou feliz por nada, minha amiga tinha razão. E ainda mais, a visita foi feita e a manhã foi prazerosa, entre abraços, recordações e promessas de um retorno em breve.
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Ser feliz por tudo, torna a vida simples e agradável. Saber fazer do limão a limonada é o segredo de uma vida saudável, sem estresse e boa de viver. Não é preciso ganhar na loteria, nem conseguir uma promoção, como diz Martha Medeiros, para exclamar: “Estou feliz!”.
Um dia desses peguei –me feliz da vida porque estava debaixo do chuveiro tomando uma ducha agradável. Lembrei – me naquele momento que tinha lido uma reportagem de como era o banho nos presídios. Veio também a minha cabeça aquelas pessoas que estão numa cadeira de roda ou presas a uma cama e não podem saborear de um gostoso banho.
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O réveillon passado, programei passar na praia na casa de amigos. De repente, alguns contatos mudaram meus planos. Pessoas queridas disseram que viriam cear comigo. A bebida elas trouxeram e o peru também veio no pacote. Rapidamente encontrei quem providenciasse o necessário para um jantar maravilhoso. Tudo isso aconteceu num espaço de pouco mais de seis horas. Nunca vi tanta fartura para uma coisa improvisada. Lembrei –me dá passagem bíblica que fala da Bodas de Cana, onde Jesus transformou água em vinho. Na minha festa aconteceu também o milagre. Tudo se transformou rapidamente em que comer e em que beber. Como fiquei feliz por proporcionar uma noite festiva e partilhar com eles de um momento especial.
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Voltando ao cartão escrito por minha amiga, ela dizia nele que encaro a vida com otimismo e alegria. Imagina, se eu fosse pessimista, diria que eu já estava programada para outro evento ou que não daria tempo de organizar um “réveillon”. E olhe que no nosso céu não faltou nem fogos de artificio. Mas não fui eu quem providenciou, ficou por conta da festa da vizinhança. Entendi esse quadro como um milagre e fiquei feliz por merecer tal dádiva.
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Acho que na vida temos mais momentos bons do que ruins. Falta – nos é a perspicácia de enxergar o quando a vida é bela e quantas graças recebemos no nosso dia -a- dia.
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Inspirada nas palavras de Martha Medeiros digo: nós precisamos encontrar a felicidade em tudo. Levantar-se com os dois pés, ouvir e enxergar, ter com quem partilhar o almoço diariamente, dividir a mesma cama com alguém, esperar a vinda do filho que está distante, tudo isso e muito mais são motivos para fazer da nossa vida uma festa.
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Ser feliz por tudo ou ser feliz por nada vale a pena!