Com licença que eu vou tomar o meu Lispectorante Drummond

"Moço... Ei, moço... Moço! MOOOÇO! O seu troco."

"Obrigado. Mas não quero troco. Não quero calor, abraço, sufoco. Quero o que é meu. A César o que é de César. Adeus o que é de Deus...

Não quero troco, moça. Prefiro levar a louça. Não quero troca: prefiro nadar com as focas. Tá fo... tá fogo. Tá complicado. Tô doido. Tô parado -- andando baratinado.

Com efeito, Senhorita, não quero troco. E não troco essa ideia por nada. Não quero troco -- e nem quero nada. Queria estar com Deus. Na Paz deste novo dia. Com a barriga cheia e a cabeça vazia. Não quero troco, troço, caroço, pescoço. Nada. Quero o que é meu por direito. Por exemplo: o direito de não querer nada.

Não quero troco. Não que essa minha posição possa ser trocada, nada. Quero sim, alguém pra entender meus anseios, meus desejos de mudar o mundo. De limpar esta terra de tanta coisa ruim. De tanta coisa humana. De tanto podridão. Dessa imensidão sacana. Não quero troco.

E nem tô louco.

Moça, um bom dia. A ti. E a todos -- nessa linda padaria."

Disse isso e se foi. Por aí. Mode repensar a vida em cada linha.

Esse aí é um dos nossos. Esse aí... Sou eu.