dormi com ela
Um título é, está lá para ser, uma porta de entrada no texto. Hoje deixo-me de cartas… e escrevo mais uma… crónica. Encontro uma revista destinada ao lixo, leio. Leio, com aquela calma e certeza das descobertas; ponto parágrafo.
Leio que o gosto pela leitura se adquire nas histórias que nos contaram, a ideia de que se gosta do narrador e depois da narrativa. Leio aquilo que sinto e sei, depois leio mais, paro quando leio «tenho um diário desde os 18 anos, sei tudo que vi e senti de mais importante desde essa altura».
Agora escrevo, e está na altura de acabar, já não me lembro das palavras… “Deixo tudo o que senti de mais importante, para quando estiver a ler”, foi o que pensei escrever antes de. É a sua vez, estive a ler... para si. Na verdade, ambos, leitor e narrador, voltamos para a noz: o fruto/ nu interior/ do tempo.
Quem é ela? É, deve ser sempre, poesia.
R
Francisco Coimbra
Enviado por Francisco Coimbra em 17/06/2007
Reeditado em 19/06/2007
Código do texto: T530525