MARILU DA GENTE

Em um recanto da nossa cidade, nua rua que se chegava subindo uma ladeira, num modesto bangalô branquinho, nasceu Marilu da gente, uma garota de olhar brilhante. esperançoso e contente e de um sorriso que cativa todo mundo, até os mais chatos e pessimistas. Era como dizia um velho do lugar, um sorriso pintado por Deus. Curtia os folguedos próprios da meninice, correndo, jogando bola de gude, empinando papagaios, era a alegria do recanto. Cresceu e se tornou uma moça belíssima, mas naão perdeu a alegria e nem o encanto, continuava a ser Marilu da gente,a nossa alegria.

Mas... de repente, eis que um moço rico e de grande lábia levou consigo Marilu da gente. Arrancdiou-a do nosso convívio. Resultado: o nosso recanto fez-se triste de saudade. Sobre ele se abateu um tsunami de saudade e tristeza. Ficamos privados da nossa alegria.

Depois de algum tempo, anos, soubemos que num apartamento de luxo, de mármores negros, do lado do vento e de frente pro mar, vivia a nova Marilu, uma mulher diferente, com outro tipo de beleza, mas com um olhar perdido, já não ria francamente, estava triste, na verdade perdera a alma.

Como dói saber que pagou um preço tão alto pela ascensão social, não é mais a moça alegre e ingênua, a nossa alegria, agora parece um retocado poster sem vida, nem lembra a Marilu da gente.

Ah, Marilu, volta prá nosso recanto. Poer piedade. E priu.

Nota: baseado no samba de João Nogueira, Mariana da Gente, mas retrata um caso verídico no nosso pedaço (recanto). Juro.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 08/07/2015
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