Palhaço
Obrigado por tão bela comparação
Realmente se o fosse, me orgulharia.
Divertiria crianças, adultos, adolescentes
O maior dos risos enxergaria
Tiraria os tensos semblantes
Um sorriso de uma criança não tem preço
O de um velho, que tanto sofreu pela vida
Ou de um jovem que ainda viverá
Uma vida inteira de buscas, de conceitos
De sonhos e tormentos, de angustias, dos amores
De tudo enfim, das falácias das prostrações,
Dos murmúrios, aos sons ouvidos, nos subúrbios
Nos casebres, nas choupanas, nos palácios
Nas construções, nos prédios, nos barracões
Nas escadas, nos porões, nas torres sem direção
Que sorriso é esse, que fica engasgado e torce o nariz
Pra sair, mostrando os dentes, talvez nem devesse
Escolher quem escolhesse, talvez se importasse
Total pelo desrespeito aqui dito
Fica o atrevido do não dito
A cada espaço da casa
Evoluo com suas críticas
Mesmo que não percebas ou admita
Grato por tão bela comparação
Sei que longe muito longe de ser verdade
Ainda apareço cabisbaixo, escutando tuas palavras
Tua versão da coisa, do cotidiano
Sei que não me engano
Por tudo que senti e conheço