O Missionário e o Maligno
Esqueça Stan Laurel e Oliver Hardy, Tom e Vinicius, Zezé de Camargo e Luciano, Cirilo e Metódio, Cosme e Damião, ou qualquer outra dupla que lhe venha à mente agora. A hora e a vez é deles que constituem o título, pois um não vive sem o outro. De jeito maneira. Digo besteira?
Mesmo com Jesus à frente, experimente separá-los. Não há como. O que seria do eloqüente exorcista, o coisa-ruim sair duma vez por todas da pista? Acabariam todas as razões para vê-los novamente em par, a digladiar. Nada obstante, é o primeiro que está sempre visível, espevitado, decidido, na linha de ação. Ora, obra e labora para afastar o indesejável, mas ele não se dá por vencido. Volta sempre, inda que enrustido.
Mas não há risco de que o Missionário erre, erre, e só ares descerre?
Não creio. Ele é poderoso e se nutre de sua própria missão de libertação. Quer salvar todas as almas, livrá-las dos maus humores, dores e odores. Desde que sejam patrocinadores. Sem esses, tudo a esfarelar, sai do ar. E o Maligno volta para ocupar o seu lugar. E te torturar com dores - no calcanhar.