BOOK ROSA?
Não dá pra escapar do bombardeio publicitário que a Globo faz com suas novelas. Liga-se a TV para ver o noticiário e lá vem alguma coisa que sempre tem a ver com os enredos de novelas.
A onda agora é o book rosa, uma espécie de alternativa aos book´s de modelos fotográficos que fazem book´s rosa para prostituir-se. Convivi durante muitos anos no meio publicitário e além de ter tido minha própria agência, fui também, diretor de arte em algumas das grandes agências do país. Eu nunca usei agências de modelo, que eu chama, gigolôs de modelos, preferindo ter meu próprio catálogo. A prostituição existe desde os bacanais da Roma antiga e nas grades cidades existem opções a vontade. Sempre foi assim. Muitas garotas que lancei, galgaram uma carreira sem precisar prostituir-se. Claro que tentações sempre existiram. Algumas, porque ficavam sem trabalho, outras porque queriam viajar ou gostavam de aventuras. Claro que existem agências honestas e profissionais, mas, na melhor das hipóteses, lucram em cima do trabalho dos manequins e modelos. Muitas, cobravam uma coisa do cliente e pagavam aos modelos muito menos. Mas não havia um book rosa. Claro que também tive que lidar com clientes que queriam algo mais das meninas, principalmente em feiras e eventos. Muitas vezes tive que intervir, deixando claro que eram profissionais e não prostitutas. Com algumas dessas modelos e rapazes que trabalharam comigo na época, mantenho contato até hoje, inclusive nas redes sociais e sabem quem eu era. Se hoje isso é uma prática comum em agências de modelos, é uma regressão, como aliás classifico a propaganda de hoje. Regressão em princípios e desrespeito aos clientes e profissionais, na medida em que vejo anúncios feitos com imagens coladas do Google e filmes publicitários com figurantes que nem sabem se expressar além de a maioria se parecer com concursos de piadas. Uma das regras rígidas de que eu não abria mão, é o teste de fotogenia, indispensável, que me parece ter sido abandonado nos dias de hoje. No meu estúdio, toda segunda feira era dia de seleção. Mas, book rosa? Cá pra nós! Virou bagunça!