NÃO ACREDITES CEGAMENTE EM SONHOS

Todas as terças e quartas-feiras DE 1975, entre 12 e 13:30 horas lá vinham os professores Alceu Vernieri Vaz e Carlos Alberto Oliveira Garcia este que é vereador em Porto Alegre.

Reunidos: eu, o Tarso Antônio Marcadella, o Bengochea e outros seis atletas. Lembro de outros dois, o Lúcio que trabalhava e era patrocinado pelo banco Sulbrasileiro e um corredor de maratonas e fundista que as vezes ficava até quatro horas depois do treino correndo na pista do estádio General Cipriano.

Acabamos deixando o atletismo do Internacional e sob a coordenação dos Capitães Raul Diefenbach e Arlindo Bonete organizando a nossa própria agremiação de atletismo para disputar os campeonatos citadinos e estaduais integrante da SACFO - Sociedade Acadêmica do Curso de Formação de Oficiais, setor que depois foi fechado por desinteresse das administrações sequentes.

Um dia o nosso colega corredor de maratonas desapareceu e não o vimos mais. Passados alguns meses fui até a casa da senhora que lavava e engomava o fardamento de alguns colegas e lá estava sentado numa cadeira o nosso corredor que balançava a cabeça para frente sem parar.

Perdi o chão, mas encorajei-me e perguntei o que havia acontecido e ela (a mãe) disse que ele havia treinado muito para correr a São Silvestre e não conseguira chegar nem entre os 100 primeiros e entrara em "parafuso". Outro dia passei por lá, rua dona Veva e ainda há casas de madeira, pintadas de verde claro.

Dois ou três anos depois abandonei o atletismo e fui trabalhar no interior. Numa das vindas à Capital, pela janela do ônibus reencontrei o maratonista, o rapaz de 1,90 m caminhava acorcundado e volta e meia abaixava-se para juntar qualquer pedaço de papel e ficava rasgando-o até juntar outro. O sinal abriu-se e nunca mais encontrei-o.

Este foi o aprendizado que decepções podem ser o start de males maiores, por isto é preciso estarmos preparados para enfrentá-las, assim é muito importante para não mergulharmos de corpo e alma na pilha das redes sociais.