O Crepúsculo das Almas

A Cidade agitada.

A Semana foi corrida, movimento para cima e para baixo.

Carros, Pedestres, buzinas, acidentes, sinal que fecha, sinal que abre.

Murmurinhos ininteligíveis no calçadão.

A noite chega de mansinho.

Uma névoa começa a encobrir aos edifícios mais altos.

As luzes artificiais pouco a pouco substituem ao brilho do sol.

Alguns preferem a noite ao dia.

O trabalho não pára, surgem diferentes e as mais variadas profissões.

Muitos procuram a diversão, a maioria a sobrevivência.

Transpassa-se o ciclo de um dia.

Ouve-se a madrugada no tremular dos lábios dos maltrapilhos sob as marquises da ruas laterais.

Manhã de Domingo.

Enormes avenidas vazias.

Ônibus num vai e vem esparsado de horas.

Muitos seguem rumo às Igrejas na busca da Palavra.

Outros mexem-se para o lado e o cobertor quente sombreia as orelhas gostosamente, do sol que traça seus fachos quarto adentro.

A manhã será de descanso e paz.

Algumas almas veem o crepúsculo dos dias como simples acasos dos dias em que lúcidos percebem sua vã existência.

Alguns maltrapilhos almejam mais drogas que os deixam margeando a sociedade, outros procuram voltar a si mas suas forças são meras ilusões da sua razão.

Muitos alimentam-se das recordações.

Pessoas queridas que se foram, da vida ou do seu recanto.

Muitos erraram e por não quererem machucar mais aos seus entes queridos fogem para longe, para a rua que tem ida, mas poderá não ter volta.

Constritas suas emoções são cuspidas nas sarjetas em forma de salivas d'alma.

***

Algo nós precisamos fazer para tirar o mal que delapida tantas almas e as usa para delírio seu.

O Homem sem equilibrar o seu meio social nunca será Homem.

Apenas um hipócrita que fala mas não tem atitude de caridade.

O valor de uma alma que vê o crepúsculo jogada ao chão é maior

do que a de quem ali passa e sorri de tristeza, sem nada fazer

apenas lamentar.

O mundo todo deve olhar para todos de forma igualitária.

Ninguém vive somente da doçura da esperança.

E todos nós somos culpados pelo mal que nos cerca.

Mais cedo ou mais tarde nós saberemos porque.

Robertson
Enviado por Robertson em 05/07/2015
Reeditado em 05/07/2015
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