Qual a Dimensão de Uma Dor?.......*
Qual a dimensão de uma dor?
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A dor existe, é sentida, dura um tempo, é relativa. Quando ela está presente em sentimentos parece que o tempo não anda.
A dor , seja ela de que natureza for, está em todas as classes, em todos os lugares.
Seria então um ponto de partida para que as pessoas pudessem se dizer humanas?
Quando existe a dor, existe o sofrimento. Ele está presente numa guerra em qualquer ponto do mundo. Nas famílias que perdem seus entes queridos. No filho que se encontra perdido pela mãe e pai que nunca mais poderá ver... Numa sequela provocada por uma fatalidade.
E quando se fala em guerra podemos pensar na fome. Some-se isso à falta dos entes da família. Imagine uma criança assim ou um idoso neste estado de fome. E depois seguem-se as doenças provocadas por falta de estrutura... e por aí vai.
Em outros casos existe dor sim, em doenças como a depressão, doenças degenerativas, situações de demência onde uma pessoa não consegue dimensionar a dor que esta outra sente, o que sua realidade provoca.
Em mais outros casos existem diversos sofrimentos e dores que atingem todos os níveis possíveis. Estou me referindo à dor da alma que nenhum analgésico poderá amenizar...
Mas todas as vezes que imagino esta palavra eu procuro mentalizar todos os tipos de mal que atingem os seres. E me encontro num ponto em que sou privilegiada. Até porque estou aqui podendo usar todos os meus dez dedos das mãos para digitar e avaliar tudo que estou colocando nessas linhas.
Sofremos quando estamos em qualquer status. Mas precisamos encontrar uma forma de poder nos ajudar a amenizar este estado. Ao escrever isso consideraria dizer que quando sofremos, poderíamos olhar o próximo e perceber que não somos os únicos fadados ao mesmo destino. E que este estado é passageiro, felizmente, é passageiro. Um dia isso acaba, ou se ameniza. Leve o tempo que levar... tudo tem seu tempo.
Estamos constantemente em busca da felicidade. Nossos pais nos concebem, queremos mais tarde sermos jovens em busca de um sonho, talvez principalmente de construir uma família. Durante este tempo várias coisas podem acontecer. Você conhece pessoas, faz amizades, mas se depara em situações onde a dor estará lá... E não poderá impedir que seu filho deixe de sentí-la. Poderá ver seus pais numa cama de hospital e não poderá impedí-los de sentir dor.
Mas novamente , algo superior te dá forças e você percebe que é mais forte que tudo isso.
A dimensão da sua dor não importa. O que importa é que existem pessoas que não ficam indiferentes a isso. Foi por ela que vários livros foram escritos. Que a história do mundo foi registrada. Tudo passou. E quando foi deixado para trás , bem lá trás já não era mais perceptível aquela sensação ruim que parecia ser um pesadelo.
Desde que minha mãe se foi eu senti uma dor terrível. Não conseguia acreditar que ela não estaria mais lá entre nós. Parei de escrever artigos. E cá voltei. Talvez tenha superado a perda dela não é? Em 2007 a dimensão de minha dor parecia um pesadelo. Ano passado , vendo meu pai no hospital, me peguei num torpor por vê-lo e só poder confortá-lo em presença. Eu dizia a mim mesma que tudo aquilo iria passar. Mas a dor que vivi com a saudade de minha mãe, a esposa de meu pai, me ajudou a ficar mais forte. Acho que tudo vai sendo feito certo de alguma forma . Não entendemos como e porquê... Minha dor foi pequena comparada à dos exemplos que citei lá em cima.
Bem, nem sei porque escrevi isso, mas senti necessidade de falar sobre este tema. Talvez lá no fundo eu estivesse precisando dividir isso com alguém. Hoje com a internet fica muito mais fácil. Quem sabe ao "compartilhar" aqui eu possa estar ajudando alguém.
E estou me ajudando, fazendo minha terapia de anos atrás, pegando uma folha de papel imaginária e preenchendo-a com meus pensamentos. O objetivo principal sempre foi de desejar a felicidade do meu próximo.
Espero , querido amigo, que você se supere em toda sua vida. Cada capítulo que escrever será uma soma de pontos positivos a seu favor e do mundo quando entender que pode ser grato por estar vivo assim como sou.
Obrigada, Deus por poder escrever novamente algo a favor da vida.
YOSHIE FURUKAWA
MCR, 04 de julho de 2015