O anexo de uma alma judia
É muito fácil ler, ouvir e falar sobre os horrores das guerras, das atrocidades dos campos de concentrações, dos preconceitos e opressões, que muitos seres humanos foram vítimas, mas se colocar no lugar dessas pessoas é algo impossível.
Verdade é que só podemos sentir verdadeiramente, se vivemos o fato, de fato.
No máximo, como um profissional da psicologia ou da psiquiatria, eu posso formular idéias hipotéticas a respeito de mentes como a de Anne Frank e dos demais ocupantes do anexo, que vivenciaram o holocausto.
Confesso que no início da leitura do livro, " O diário de Anne Frank "
pensei se tratar de relatos chatos e monótonos de uma criança com medo da morte e triste por perder seus brinquedos e a liberdade que as crianças tem para descobrir a vida. Na maioria as crianças são inquietas, corriqueiras, coisas do tipo.
Mas me surpreendi no transcorrer das páginas que eu virava ansiosamente. Pois a cada frase que eu lia,formulada por Anne em seu diário, eu me via imbuída de uma forte sensação de estar vivendo ao seu lado. Uma imensa submersão. Como se eu fosse a sua confidente, o seu diário.
Emoção. Medo. Vontade de rir e chorar. Raiva. Vergonha... Uma enxurrada de sentimentos tomavam conta de mim.
Que pequena grande criança se desnudava diante de meus olhos, cada vez mais ávidos por conhecê-la mais e mais e mais....
É maravilhoso conhecer, questionar, analisar e refletir sobre a personalidade de Anne e dos outros membros que passaram anos num sótão de uma casa em Amsterdã, fugindo dos que se achavam no direito de ceifar vidas, dilacerar almas, por estas serem judias.
Eu diria que o meu aprendizado foi grandioso. A alma humana me fascina.
Para os que tem o hábito da leitura e se deleitam sobre as milhares de portas e janelas que a mente abre, para o melhor entendimento do conteúdo absorvido, digo que este livro é uma ferramenta fenomenal para a nossa evolução espiritual e intelectual.