MINHA PRIMEIRA PESCARIA: NÃO ERA UM PEIXE...

Lêda Tôrre

Quando criança, por morar numa cidade banhada pelo rio Itapecuru, Colinas – Ma., eu sonhava um dia pescar. Mas, será que minha mãe deixaria a gente fazer aquela proeza? Pelo que a conheço, com certeza não. Mas, fui deixando esse desejo pra primeira oportunidade que por ventura pintasse. E foi. Certo dia preparei as iscas, como minhocas, trigo com algodão bruto, carne, etc, anzol e fui, com minhas irmãs, em fim de semana lavar roupas, pois na cidade ainda não havia água encanada, era lavado roupas, no próprio rio.

Lá estava eu, mal esperando a hora de concluirmos a lavagem das roupas, para lançar meu anzol nas águas daquele rio. Só que minha mãe não sabia, pois se soubesse, não deixaria, porque segundo ela atrapalharia a lavação da roupa, com certeza. Pois bem, chegou a hora de pescar. Ali, meio nervosa, lancei meu anzol e thum!! Lá se foi meu primeiro lance! E fiquei a olhar as águas mexendo em círculos...depois de um lado pro outro, e eu na maior euforia, vendo aquele movimento, mas na certeza de que ali se mexia um peixe. E eu içava o anzol de vez em quando, e nada ainda!

Era aquela ansiedade danada, e minhas iscas indo embora...e peixe que era bom, nada!!! Mas...de repente, um puxão, um peso no meu braço, e olhei e puxei de uma vez: uau! Aquela cobra preta no meu anzol! E não deu outra, joguei o anzol com tudo rio abaixo e sai gritando ali...o coração quase fora do peito, e eu apontava, um mussum, um mussum!

Essa foi a primeira experiência de pescaria: um mussum. Mesmo assim, não desisti, depois voltei a pescar, mas naquela época, era tanto mosquito, não tinha esse negócio de repelente, o que mais eu sofria era o ataque dos mosquitos, mas que a pescaria é uma atividade prazerosa, lá isso é.

São Luis, 03 de julho de 2015________________

Lêda Torre
Enviado por Lêda Torre em 04/07/2015
Reeditado em 23/06/2021
Código do texto: T5298980
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