são coisas do futebol - SABARÁ

Algum tempo atrás, numa segunda feira, um certo torcedor vascaíno que ía para o trabalho de trem, começou a comentar em voz alta o fiasco que o seu time, o Vasco, fizera naquele domingo. Perdera por 3x0 do seu maior rival, o Flamengo. Pois bem, o tal torcedor estava revoltado com a derrota. Então começou a falar do Vasco do seu tempo, de Eli do Amparo, Barbosa, Ipojucan e outros mais. O trem estava lotado e todos que se encontravam perto do tal torcedor ficaram ouvindo o que ele falava. Quando ele começou a exaltar o nome do Sabará, pra ele, o maior ponta direita que o Brasil já teve, muitos ficaram curiosos para saber mais daquele ponta direita.

Ao comentar em voz alta, muitos que entravam no trem ía se aglomerando próximo ao senhor, que parecia ter mais de 60 anos e dizia que sabia tudo do Vasco de 1950. Um senhor de cor escura que vendia balas no trem, parou e ficou também ouvindo tudo. Muitos não perceberam, mas o baleiro ficou com os seus olhos cheios de lágrimas, ficou emocionado. Ao chegar na estação de Madureira, o tal baleiro saltou. E o trem foi ficando mais vazio. Até que veio um outro homem e se aproximou do torcedor vascaíno. E perguntou se ele sabia quem era aquele baleiro que ficara emocionado com o seu relato. Ele disse que não, não sabia. Pois bem, disse-lhe o tal homem, aquele baleiro era, nada mais, nada , menos, que ele, o próprio SABARÁ. O torcedor vascaíno emudeceu e ficou também muito emocionado. E o trem segui o seu destino.