Mensagens que edificam - 70

Eu quisera dissertar nos meus textos um contexto que jamais fosse, para alguns, pretexto para bombardear tudo que até hoje me fez refém de uma guerrilha que diz guerrear a batalha do bem, mas a cada instante mata um, mata dez, mata cem. Eu quisera não ter que metralhar os franco atiradores que com falsas fardas de generais se vêem no direito de recrutar soldados do bem, para os transformar em combatentes de uma guerra sem causa justa, guerra do mal, onde quem entra se vê numa saia justa do "ou dá, ou desce": Lobos com pele de cordeiro. Eu quisera não ter que num tom emblemático ser sistemático e insuportavelmente bradar aos quatro ventos donde vem os proventos que sustenta esta base militar, mas não de quem milita pelo bem, mas milícias religiosas que fuzilam os corações dos pobres e atribulados e saqueiam em nome da fé, do pão à dose de café o que os chamados fiéis têm para oferecer, e o que não tem lhes é arrancado sob ameaça de maldição. Malditos vigaristas que conseguem ludibriar até os governos sem deixar pistas, quando o despiste da oferta é o grão em grão que enche o papo desta galinha dos ovos de ouro. Nunca foi tão fácil ter a cabeça lubrificada por um óleo queimado de um velho e pesado caminhão, que desce sem freio a ladeira na contramão e ainda chamam isso de unção. Saiam da frente e salve-se quem puder porque o bonde vai passar e a fogueira santa vai queimar. Eu quisera em meio a tanta licenciosidade ter a licença de um leitor lúcido que ainda não tenha se embriagado com este cálice de perdição, para me dar um pouco de atenção e pensar se toda esta loucura não é mesmo insana e tomar uma atitude antes que lhe tomem o último centavo e este volte a se afogar num copo de cana. Mesmo sabendo que toda estrutura desta fraude religiosa conspira contra toda e qualquer liberdade de expressão, o rebanho cresce a cada dia e o que se percebe é que o povo está anestesiado e quem se levanta contra e denuncia está endemoninhado. Outra vez vou dizer que prefiro ser um gadareno do que assistir tanta gente morrendo sem nada dizer, sem nada fazer, prefiro ser invertidamente um blasfemo.

Lael Santos
Enviado por Lael Santos em 03/07/2015
Reeditado em 31/07/2015
Código do texto: T5298903
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