Playboy brasileira: com o jeito de Jorginho Guinle

Bom dia meus caros 23 fiéis leitores e demais 36 que de vez que quando passam por aqui para jogar conversa fora com este Bacamarte.

Ontem deixei um aviso (abaixo, depois da crônica) de que estaria publicando a crônica de toda a sexta hoje, sábado pela manhã. Logo, eis-me aqui.

Na crônica de sexta passada, fiz uma "autobiografia" a partir de minha relação com a revista PLAYBOY. Depois de escrever sobre a revista, bateu-me uma ideia: resolvi ir num sebo comprar algumas edições que mencionei para fazer outro texto. Coloquei a intenção em prática.

Como aqui em Charky City não há sebos, fui na capital , Nuuk, procurar as revistas num que fica próximo da rodoviária. Para minha surpresa, não havia muita coisa, pelo menos das que eu estava procurando. Mas depois vi que as quatro revistas que eu comprei eram bem representativas: as edições mais vendidas no Brasil (Feiticeira e Tiazinha), uma de 1979 (edição de 25 anos da Playboy) e o número 215, de julho de 1993, que foi a única que encontrei do tempo em que eu assinava a revista e que, vejam só, trazia uma entrevista com o maior playboy que nosso país já teve: Jorginho Guinle.

Nem vou entrar em detalhes sobre sua biografia (o Wikipédia e o Google existem para que quiser saber esse tipo de coisa - ou podem dar uma olhada nos links nos comentários, viu Kathmandu), apenas vou dizer que foi herdeiro de uma das maiores fortunas de sua época, oriundo de uma família carioca que construiu o estádio do Fluminense e o Hotel Copacabana Palace, e que circulou muito pela Hollywood dos anos 1940 e 1950, fazendo a festa. Tanto isso foi que, no texto introdutório à entrevista, Playboy afirmou:

"...ele é o epítome do homem de Playboy: de bem com a vida, amante de seus prazeres, mas, ao mesmo tempo, interessado no que se passa no mundo - é um dos poucos da sua categoria que procuraram ter uma consciência social e desde sempre se interessou pelo marxismo... Hugh Hefner poderia estar pensando nele quando definiu o leitor e personagem de Playboy".

Não consigo imaginar Guinle como perfil do leitor (Impossível 1.300.000 jorginhos por aí, comprando a edição da Feiticeira!) de Playboy, mas como personagem, é fato. Dentre suas centenas de conquistas amorosas, entre o "produto" nacional e o estrangeiro, estão algumas das maiores estrelas hollywoodianas de sua época, como Marilyn Monroe, Rita Hayworth, Romy Schneider, Anita Ekberg, Kim Novak, Jayne Mansfield, Veronicca Lake e Heddy Lammar. Precisa dizer mais? Foi igualmente amigo e companheiro de festas de atores famosos como Errol Flynn, de milionários como Howard Hughes e de chefões de estúdios de cinema como Jack Warner e Louis Mayer. Agora chega, currículo playboy aprovado com distinção e louvor.

O baixinho (tinha 1,63m), apreciador das mulheres, do jazz, da filosofia e da boa vida, foi o mais velho entrevistado da Playboy brasileira à época, com 77 anos (morreu em 2004, aos 88). Não resta dúvida de que foi a personificação da Playboy.

Vale a pena ler a entrevista, é o relato intestino de uma época de glamour e de um tipo de sociabilidade que não existem mais, feito por um homem culto e inteligente.

"Tive a felicidade de conviver com as pessoas mais importantes desse século, no jazz, na música clássica, no cinema. Tive a sorte, também, de viver numa época em que o dinheiro era mais divertido. Hoje, até os milionários são workaholics! Minha vida prometia muito e, modéstia à parte, foi ainda além da expectativa" - disse, ao final da entrevista.

(PS - O ator Bruno Gagliasso esta para rodar um filme sobre Jorginho Guinle.)

-----

AVISO

(escrito na sexta-feira, 03/07/2015)

Boa tarde meu caros 23 fiéis leitores e demais 36 de quando em vez.

Nesta semana elaborarei um texto de forma diferente da que eu comumente faço: em vez de sentar aqui e escrever de improviso, vou preparar uma crônica em casa.

O motivo: como no texto da semana passa, PLAYBOY, fiz uma "autobiografia" baseada na minha relação com a revista, resolvi por esses dias ir comprar num sebo algumas edições das que mencionei naquela crônica. Assim, não tive tempo, por motivos profissionais, de furungar as quatro edições que consegui.

Deixo agora aqui na nossa Bat hora (17h19min), o aviso de que amanhã ao meio dia publicarei a minha nova crônica sobre o assunto. Na verdade, somente editarei esse texto, colocando em seu lugar a crônica, mantendo o título acima.

Buenas, para quem não leu ainda a primeira crônica, é só ir na minha escrivaninha e conferir, como aperitivo.

Abraços a todos e até amanhã.

------

Era isso pessoal. Toda sexta, às 17h19min, estarei aqui no RL com uma nova crônica. Abraço a todos.

Mais textos em:

http://charkycity.blogspot.com

(Não sei porque eu ainda coloco o link desse blog, eu perdi a senha e não atualizo ele há séculos. Até eu descobrir o motivo pelo qual continuo divulgando esse link, vou mantê-lo. Na dúvida, não ultrapasse, né. Em 2015 talvez eu dê um jeito nisso... Mas acho que continuarei seguindo o conselho que a Giustina deu num comentário em 23 de outubro de 2013.)

Antônio Bacamarte
Enviado por Antônio Bacamarte em 03/07/2015
Reeditado em 04/07/2015
Código do texto: T5298604
Classificação de conteúdo: seguro