La solitudine

Estava na fila do banco. As mãos abarrotadas de contas a ser pagas; a bolsa seguramente presa nos braços; a mente vagueando em algum universo paralelo, longínquo daquela realidade monótona.

Tirando-a dos devaneios, aparece um antigo conhecido: "Ola! Como vai?", pergunta à ela.

Começou a pensar na solidão que vinha sentindo. Convivia com muitos, sorria, conversava, mas nunca se completava. Pensou no quanto sentia falta de abraços amigos, de rir até passar mal, ver aquele filme gostoso... Recordou-se das noites frias em que um cobertor não servia para esquentar seu coração, principalmente daquela em que o peso do mundo a estava sufocando tanto que sucumbiu a ideia do suicídio; odiava seus pais por tê-la salvo.

Contudo, em momento algum ponderou sobre o que faria a seguir. Ninguém precisava saber; Para quê incomodar inocentes com seus dramas? Não se preocupariam de qualquer forma.

Encobriu tudo com maestria, digna de um oscar. Apertou os olhos e abriu a boca em um sorriso largo: "Bem", respondeu.