UMA VIDA DEDICADA AO LABOR DO BEM...

Era uma manhã de inverno do último dia do mês de março, do longínquo ano de *..., isto, porém, não era motivo para diminuir seu ritmo de constante trabalho; acabaram de se mudar no dia anterior, para este novo endereço, local mais amplo e acolhedor, era preciso aos poucos ser colocado as coisas em seu devido lugar, e isto ele* estava fazendo no que iniciava este novo dia sem saber que seria o último da sua atual existência...

Nos momentos da execução das tarefas, um misto de tristeza invadiu sua alma; há longos anos se dedicava ao Bem, nem que isto exigisse renúncia pessoal, neste sentido a sua atual existência não seria exceção; nestes últimos quase 15 anos, se dedicara quase que exclusivamente a missão que fora predestinado; havia fortes indícios que estavam consolidados, com resultados positivos, com o destaque aos menos favorecidos; o que não impedia que os mais “privilegiados” também pudessem ser beneficiados; pois há oitos décadas atrás, - 1789 - eclodiu a Revolução Francesa, que seria um marco divisório para os demais povos, tendo por lema: Liberdade, Fraternidade e Igualdade; com certeza concordava com as duas primeiras palavras, entretanto a terceira: Igualdade era relativa, pois cada ser humano é o resultado de vivências ao longo de suas experiências reencarnatórias e cada ser fez suas “aquisições”; razão das “diferenças” do próprio comportamento humano...

Homem, metódico e criterioso em que a “bandeira” do trabalho estava sempre em primeiro lugar; os assinantes da Revista Espírita, já estavam recebendo a do mês de abril, as matérias do mês de maio já estavam prontas, era um sucesso para época, pois já estava no décimo primeiro ano de publicação mensal sem uma interrupção...

Seu primeiro livro* completaria no mês seguinte doze anos, de sua primeira edição, em forma de perguntas e respostas, continuava a ser um sucesso, havendo a tradução para vários idiomas...

A França também já ingressava na Revolução Industrial, com destaque ao setor têxtil; as ferrovias começavam sua expansão, facilitando o transporte do comércio e indústria, interligando as cidades com a facilidade de ir e vir, numa prova inequívoca que os seres humanos estão fadados a abençoada Lei do Progresso...

Naqueles momentos que antecederam o seu desenlace, veio a sua mente os “alertas” para que diminuísse o seu ritmo de trabalho, e mais: que nesta existência não iria completar sua missão, mas que em “breve” retornaria para dar continuidade...

Hora de “chegar” e hora de “partir”, quem poderá prever o momento certo? Ao colocar mais alguns livros na estante, é acometido por um aneurisma fulminante; sua vida é interrompida naquele momento; as quase dezoito horas diárias de trabalhos diários, o fez “sucumbir” no bom “combate”; semeando luzes para iluminar os caminhos da sofrida humanidade, diante de mundo, - ontem como hoje. - que clama por Justiça e, quer saber a razão da dor da lágrima, que não escolhe a condição social, pois é inerente, ainda! A um mundo de Provas e Expiações...

Aos sessenta e quatro anos, passa desta para outra vida, a Revista Espírita somente iria noticiar o seu repentino e inesperado falecimento na edição do mês de maio...

Foi uma lacuna no movimento espírita da época, algumas décadas depois quase que esmoreceu por completo; dali, porém, seriam “transplantadas” as terras brasileiras, até mesmo com o renascimento de muitos que participaram do advento da Terceira Revelação; na cidade que era o centro cultural da Europa; - Paris. - e aqui as “sementes” germinaram se fazendo presentes em várias instituições beneméritas; ao mesmo tempo, com destaque a mediunidade de Francisco Cândido Xavier, Divaldo Pereira Franco, e outros médiuns que estamos deixando de mencionar, somente destes dois são mais de 600 livros, que enriquecem a literatura Espírita, na Ciência, Filosofia e também como conseqüência o sentido de Religiosidade da própria Doutrina; é como se fossem um “desmembramento” do enfoques doutrinários das cinco obras mais conhecidas do insigne Codificador...

... Horas após o seu desenlace, ele* se faz presente através de sensitivos, que captaram sua presença, com aqueles que compartilharam de sua missão; que a “morte” é a continuação da Vida! Livre das “restrições”, que dificultam à visão da vida que se interagem nas duas dimensões, dando uma prova inequívoca que sentir-se bem está condicionado as ações de cada um...

* Paris, 31 de março de 1.869

*Allan Kardec - nasceu em Lião França, Hippolyte León Denizad Rivail 3 de outubro de 1.804

*Idem

O Livro dos Espíritos 18 de abril de 1.857

Curitiba, 23 de fevereiro de 2.013 - Reflexões do Cotidiano - Saul

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Walmor Zimerman
Enviado por Walmor Zimerman em 28/06/2015
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