LINHAS REAIS
Por EstherRogessi
LINHAS REAIS
Naquela noite, eu assistia TV. Prestei atenção no diálogo do casal, personagens da novela em horário nobre. Estavam se separando... Disse a mulher para o marido: – “Não é justo que eu continue morando em nossa casa, enquanto você paga aluguel”.
Esta frase mexeu comigo... Lembrei-me de um fato real, que está acontecendo com pessoas, do meu relacionamento, em uma família grande, formada por dez irmãos.
O velho pai, um trabalhador honesto, chefe de família exemplar, acolhedor e supridor das necessidades familiares. Não fazia distinção, entre os seus filhos; quando um dos filhos precisava, ele acudia de pronto. Ouvi-o dizer certa vez: (...) “A melhor coisa da vida é doar, é bem melhor que pedir”...!
O sábio homem era construtor civil. Pouco estudo e inteligência, acima das de muitos doutores. Entendia da profissão, a ponto de engenheiros lhe confiar, desenhos de plantas baixas – um expert, na construção civil, formado, com a experiência de quem colocou a mão na massa.
Tinha uma equipe: pedreiros, encanadores, eletricistas, marceneiros e homens capacitados, para o “acabamento fino” na construção. Em certo final de ano aconteceu de está desprovido, momentaneamente, de finanças para pagar o décimo terceiro salário aos seus funcionários. Disse convicto: (...) – Vou vender um imóvel! Depois, comprarei outro... Afinal, temos que nos haver com o que possuímos.
Certamente, ele tinha e deixou muitos bens, adquiridos, através da labuta, com a pureza do seu suor. Terras a perder de vista, imóveis em vários lugares.
Quando o honrado senhor foi comprar a propriedade que lhe serviu de residência, enquanto viveu, um casarão, situado em avenida principal, cercada por um grande jardim, além de um imenso sítio, com a calçada em pedras portuguesas ( dessas pedras restam poucas), a antiga dona do imóvel não lhe deu atenção, por sua aparência simples. O “pretenso” comprador tinha saído da construção, direto para fechar o negócio da compra do dito imóvel... Estava empoeirado e era de pequena estatura; a elegante senhora, dona da propriedade que estava exposta à venda, jamais imaginou que ele tivesse capital para compra-la. Enganou-se... O pagamento foi à vista e em espécie.
Na época, assaltos eram raros, nem tínhamos conhecimento deles... A mulher viu o desacreditado comprador tirar maços e maços, de “dinheiro vivo”, e coloca-los a sua frente.
São lembranças eternas de um homem que foi justo, enquanto vivo.
Ficaram dez filhos, “os herdeiros”... dos quais, quatro solteiros, maduros na idade: três mulheres e um homem. Os quatro moram na quase mansão, onde moravam com os pais. O patriarca da família faleceu, em 1991. Vinte e quatro anos se passaram. Quatro anos, após a sua morte faleceu a matriarca da família. Nenhum dos filhos é rico sobrevivem, na batalha diária; seis dos dez irmãos, possuem e residem em casas próprias, adquiridas através de muito esforço, ou por presente do pai, em vida.
Há 24 anos se espera, o desfecho, do “inventário” que em breve comemorará BODAS DE PRATA. Enquanto isso... na maior propriedade, da família, os quatro irmãos solteiros, moram com tranquilidade, sem remorso, pela situação injusta, que fazem todos os outros viverem. Não comunicam o andamento do inventário... Administram tudo que o pai deixou, sem interesse algum, no desfecho do inventário. Os aluguéis dos imóveis deixados pelos pais, por todos esses longos anos, beneficiam, aos quatro irmãos solteiros. Atitude arbitrária, sem respaldo judiciário. Vinte e quatro anos de uma herança mal administrada e usufruída de forma seletiva. Observando à situação... Conclui-se que eles mesmos, bateram o martelo sobre o desfecho do inventário.
O mais novo, dos herdeiros, um senhor com mais de sessenta anos de idade, mora quase que em frente, ao dito casarão, em casa alugada por preço alto. Para se livrar do aluguel falou com os irmãos, sobre a possibilidade de construir a sua casa, em um dos terrenos da família... “Consentiram”, porém, não lhe entregaram nenhuma documentação. Como construir?
Consciência e senso de justiça são para poucos.
Em nome da “memória” do patriarca da família ferem, a sua boa índole e retidão de caráter. Jamais, ele consentiria no descaso dos seus filhos, para com os outros irmãos. Não importa, se alguns, conformam-se e aprovam essa injustiça e que, não reivindiquem o que lhes cabe por direito... Direito é direito e Lei é Lei, fora dela estaremos exercendo contravenção.
(...) “Prestei atenção no diálogo do casal, personagens daquela novela em horário nobre. Estavam se separando. Disse a mulher para o marido: – “Não é justo que eu continue morando em nossa casa, enquanto você paga aluguel”.
Recife, 28/06/2015.
Às 14:33min.Por EstherRogessi
LINHAS REAIS
Naquela noite, eu assistia TV. Prestei atenção no diálogo do casal, personagens da novela em horário nobre. Estavam se separando... Disse a mulher para o marido: – “Não é justo que eu continue morando em nossa casa, enquanto você paga aluguel”.
Esta frase mexeu comigo... Lembrei-me de um fato real, que está acontecendo com pessoas, do meu relacionamento, em uma família grande, formada por dez irmãos.
O velho pai, um trabalhador honesto, chefe de família exemplar, acolhedor e supridor das necessidades familiares. Não fazia distinção, entre os seus filhos; quando um dos filhos precisava, ele acudia de pronto. Ouvi-o dizer certa vez: (...) “A melhor coisa da vida é doar, é bem melhor que pedir”...!
O sábio homem era construtor civil. Pouco estudo e inteligência, acima das de muitos doutores. Entendia da profissão, a ponto de engenheiros lhe confiar, desenhos de plantas baixas – um expert, na construção civil, formado, com a experiência de quem colocou a mão na massa.
Tinha uma equipe: pedreiros, encanadores, eletricistas, marceneiros e homens capacitados, para o “acabamento fino” na construção. Em certo final de ano aconteceu de está desprovido, momentaneamente, de finanças para pagar o décimo terceiro salário aos seus funcionários. Disse convicto: (...) – Vou vender um imóvel! Depois, comprarei outro... Afinal, temos que nos haver com o que possuímos.
Certamente, ele tinha e deixou muitos bens, adquiridos, através da labuta, com a pureza do seu suor. Terras a perder de vista, imóveis em vários lugares.
Quando o honrado senhor foi comprar a propriedade que lhe serviu de residência, enquanto viveu, um casarão, situado em avenida principal, cercada por um grande jardim, além de um imenso sítio, com a calçada em pedras portuguesas ( dessas pedras restam poucas), a antiga dona do imóvel não lhe deu atenção, por sua aparência simples. O “pretenso” comprador tinha saído da construção, direto para fechar o negócio da compra do dito imóvel... Estava empoeirado e era de pequena estatura; a elegante senhora, dona da propriedade que estava exposta à venda, jamais imaginou que ele tivesse capital para compra-la. Enganou-se... O pagamento foi à vista e em espécie.
Na época, assaltos eram raros, nem tínhamos conhecimento deles... A mulher viu o desacreditado comprador tirar maços e maços, de “dinheiro vivo”, e coloca-los a sua frente.
São lembranças eternas de um homem que foi justo, enquanto vivo.
Ficaram dez filhos, “os herdeiros”... dos quais, quatro solteiros, maduros na idade: três mulheres e um homem. Os quatro moram na quase mansão, onde moravam com os pais. O patriarca da família faleceu, em 1991. Vinte e quatro anos se passaram. Quatro anos, após a sua morte faleceu a matriarca da família. Nenhum dos filhos é rico sobrevivem, na batalha diária; seis dos dez irmãos, possuem e residem em casas próprias, adquiridas através de muito esforço, ou por presente do pai, em vida.
Há 24 anos se espera, o desfecho, do “inventário” que em breve comemorará BODAS DE PRATA. Enquanto isso... na maior propriedade, da família, os quatro irmãos solteiros, moram com tranquilidade, sem remorso, pela situação injusta, que fazem todos os outros viverem. Não comunicam o andamento do inventário... Administram tudo que o pai deixou, sem interesse algum, no desfecho do inventário. Os aluguéis dos imóveis deixados pelos pais, por todos esses longos anos, beneficiam, aos quatro irmãos solteiros. Atitude arbitrária, sem respaldo judiciário. Vinte e quatro anos de uma herança mal administrada e usufruída de forma seletiva. Observando à situação... Conclui-se que eles mesmos, bateram o martelo sobre o desfecho do inventário.
O mais novo, dos herdeiros, um senhor com mais de sessenta anos de idade, mora quase que em frente, ao dito casarão, em casa alugada por preço alto. Para se livrar do aluguel falou com os irmãos, sobre a possibilidade de construir a sua casa, em um dos terrenos da família... “Consentiram”, porém, não lhe entregaram nenhuma documentação. Como construir?
Consciência e senso de justiça são para poucos.
Em nome da “memória” do patriarca da família ferem, a sua boa índole e retidão de caráter. Jamais, ele consentiria no descaso dos seus filhos, para com os outros irmãos. Não importa, se alguns, conformam-se e aprovam essa injustiça e que, não reivindiquem o que lhes cabe por direito... Direito é direito e Lei é Lei, fora dela estaremos exercendo contravenção.
(...) “Prestei atenção no diálogo do casal, personagens daquela novela em horário nobre. Estavam se separando. Disse a mulher para o marido: – “Não é justo que eu continue morando em nossa casa, enquanto você paga aluguel”.
Recife, 28/06/2015.