DIVAGANDO NA REDE

Estava deitado na rede brasnquinha do Ceará, descansando depois do jantar. Não aguentava mais assistir à televisão. Ficou ali divagando, lembrando fatos passados, conversando consigo mesmo, remoendo suas dúvidas e aflições. Ultimamente estava meio triste, estava quase abaixo do volume morto. Estava desapontado com a esquerda e com alguns setores do governo que tanto defendia.

Tivera várias alegrias com os governos de Lula e com os de Dilma, se bem que sempre estranhou o fato deles terem assimilado ipis literis a mesma política econômica do FHC. Mas pelo menos melhoraram a vida dos mais pobres e foram generosos para com o Nordeste. Além disso fizeram uma política externa independente.

No entanto achava que a esquerda fora com muiita sede ao pote do poder, relegando suas bandeiras de ética e austeridade a segundo plano. E desertaram das bases. Os líderes trocaramm de identidade politica e ieológica, feriram de morte seus sonhos de juventude. Jogaram a história da esquerda na lata do lixo quando se empolgaram com cargos, tapetes do poder e chegaram a avalizar os tais "recursos não contabilizados".

Ora cochilava e ora acordava, na rede, mas sempre divagando, lamentando o quanto fora ingênuo acreditando piamente na conversa de líderes. A sua ficha demorara a cair. Agora estava nervoso, triste, principalmente espantado com a covardia da esquerda que não fazia o enfrentamento necessário para deter a tentativa de fgolpe fascista.

Concordava que aquelas formas romãnticas de socialismo que defendia não se adaptvam mais aos dias atuais. Mas entendia que havia novas tribunas, mnovas formas de luta, novos caminhos e veredas. Sim, pensava nas lutas pela cidadania, em favordo meio ambiente, da reduação total da miséria. Era esse o tipo de luta que a esquerda devia abraçar. Não,não dava mais para seguir a esquerda omissa,covarde e deslumbrada pelos tapetes do poder.

O homem se levantou, resolveu tomar uma lapada de Pitu Gold paras calibrar os nervos. Tmou, mas antes derramou a porção do santo, tossiu, fez a careta de praxe e cuspiu. Quando voltava para rede viu um velho poster na parede, já todo amarelado. Era um poema de Thiago de Mello, "Madrugada Sertaneja", leu emocionado os últimos versos: "Faz escuro mas eu canrto/ porque a manhã vai chegar". Riu com lágrimas nos olhos, sabia que as ilusões da juventude eram coisa do passado, mas permanecia com aquele "ranço", com a mesma esperança que sempre seria o seu sonho de homem acordado. Adormeceu e sonhou com uma sociedade nova sem explorados e nem exploradores. Quando acordar vai esquecer o sonho. Será?

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 27/06/2015
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