Eu e a vida (Acho que não regulo bem)

A vida nos ensina constantemente. Se observarmos bem, veremos o que ela está nos ensinando; basta que fiquemos atentos às lições e aos sinais que nos são oferecidos.

O olhar da filosofia é comparado com o olhar infantil. O filósofo é aquele que deseja estar sempre aprendendo; é um ser curioso; uma pessoa que não se considera sábia, mas amante do saber, do conhecimento, da sabedoria; alguém que está sempre caminhando em busca da verdade; que nunca permanece estático nem satisfeito com o que já sabe. Gosto muito dessa comparação que é feita no mundo filosófico e dessa postura da filosofia. É assim que eu me sinto diante da vida: uma criança; uma pessoa que está sempre caminhando em busca do desconhecido; alguém curioso e desejoso de saber mais; em busca da verdade.

O olhar infantil está apto a enxergar o que todas as pessoas podem ver, mas não conseguem, devido ao hábito ou em virtude de outros obstáculos que poderiam ser facilmente vencidos.

Eu não sou mais do que uma criança. O meu ser social não me define, apesar de eu ser também um ser social. Eu tenho sede de algo profundo; eu tenho sede de Deus. Eu anseio por conhecimento, sabedoria; eu tenho sede do que não se pode ver pelos olhos físicos; a minha alma tem sede de algo invisível.

O útil não me satisfaz; não sacia a minha sede. Eu sou um ser espiritual; não sou apenas corpo; não sou apenas professor. Ser professor é apenas a minha identificação social. Isso é muito pouco. Eu não sou o meu perfil social, além de ser isso também. Mas ser professor não é o principal em mim. Essa função serve apenas para me fazer atuante na sociedade.

Eu sou um aluno da vida. Eu quero aprender até o último segundo da minha existência. Mas não estou me referindo à aprendizagem do que é útil, ainda que eu necessite da utilidade para viver. Eu estou me referindo ao que é superior à utilidade. Deus me deu inteligência para buscar e encontrar o necessário. Eu conheço o necessário, mas eu não sou um ser que se conforma com a satisfação das próprias necessidades.

Eu sou uma criança. Eu sou infantil. Eu quero aprender com a vida, porque eu sou apaixonado por ela. A vida me fascina. O que eu sinto diante da existência é indizível. A vida é o maior espetáculo do qual o ser humano pode participar.

A sociedade sempre esteve e sempre estará preocupada, em primeiro lugar, com o útil. Esta reflexão não é útil para a sociedade: não enche a barriga de ninguém; não leva ninguém a ganhar dinheiro; não traz benefícios palpáveis. Para que serve isso então? Nem eu mesmo sei. Todavia, faz muito bem estar apto a dizer besteiras que não fazem mal a ninguém. Eu queria escrever alguma coisa; não tinha nada importante para escrever, e acabei dizendo isso. Tudo bobagem. Acho que não regulo bem.

Domingos Ivan Barbosa
Enviado por Domingos Ivan Barbosa em 26/06/2015
Código do texto: T5291034
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