Velório.
Não queria falar sobre funerárias, liberação no IML, preparação dos corpos para o caixão fúnebre. Não queria falar sobre os sórdidos indivíduos que se interferem nessa hora para tirar proveitos. Mas, atualmente, é o que acontece, queira ou não queira. Por esses acontecimentos eu me lembrei de quando minha mãe faleceu. O velório foi no próprio cemitério onde seria feito o sepultamento. Eu achei estranho quando, um pouco antes das oito e meia da noite, fecharam o portão de entrada do local. Um guarda ficou à porta, para permitir que nossos conhecidos entrassem ou fossem embora. Quis saber o porquê da atitude e me dirigi ao guarda que me respondeu:- “Senhora. Temos que assim proceder porque “estranhos” podem entrar para roubar os pertences de todos os presentes. Até tênis de bom valor levam, deixando a pessoa descalça. Sorte que não levam os documentos.” – Ouvi calada e voltei para perto dos meus amigos. Somente resta a gente calar. Falar para quê? Para gastar saliva? Pedir sindicâncias, adiantaria? Qual o quê!! Seriam aberturas de procedimentos e nada mais.