T A T U A G E M

Quando a via passar na frente do barzinho, ele ficava aceso. A morena era linda, escultural, vestida naquele jeans justíssimo que só realçava suas curvas espetaculares, e ainda parecia ter molas no derrière. Ela notava o intresse dele e aí e que rebolava. Do flerte foram ao chope, deste ao cinema, do cinema às baladas, ao rala-coxas, aos amassos e... chegaram, enfim, ao motel. Não um cinco estrelas, ele era um funcionário público desses que não enfiam um prego numa barra de sabão, salário chifrin, mas tinha um carango, um ero willys do século passado. Ela era comerciária e estudava à noite numa faculdade de letras. Era divertida e de bem com a vida, ele também, mas tinha um defeito queela estranhava, era rubrio-negro doente pelo Sport e nutria um ódio avassalador pelo Náutico. Ela não gostava quando ele começava a esculhambar com o Náutico.

Bom, chegaram ao motel naquela base, se agarrando, entraram no quarto e foram se livrando das roupas, ela demorou mais porque o jeanes justíssimo dava trabalho pra tirar, ele que estava doidãoficou até nervoso, temendo bancar o galinho. Mas, enfim, ele se livrou do jeans. Ele abriu a boca e o queixo quase cai, um ulherão com tudo em cima, e só de cascinha preta, endoidou, avançou e arrancou a calcinha dela e aí, parou, sentiu um nó na garganta, broxou na hora, a morena tinha uma tatuagem no alto da oxa esquerda: um escudo do Náutico com uma frase imprópria para rubro-negro: hexa é luxo! Ela ainda tentou se explicar, que tinha sido exigência do seu primeiro namorado, que estava juntando dinheiropara tirá-la e etc e coisa e tal, mas não teve jeito, ele se vestiu e deu no pé deixou a morena no motel com a sua tatuagem. O ódio pelo Náutico transcendia a tesão pela morena.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 25/06/2015
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