O pum
Era mais uma noite como outra qualquer, não fosse o fato deles estarem conversando. Quando se falavam, tudo podia parecer normal, mas eles sabiam que não era. O tempo perdia sua noção, a espontaneidade surgia, o riso vinha fácil e o silêncio, quando surgia, dava lugar à imaginação rolar solta. Vinham abraços, mãos sendo massagedas, beijos, trocas de carinho... A noite ia indo... gelada, mas quem dos dois sentia frio? O frio e o calor não pareciam influir sobre eles.
Às vezes um ruído lá fora distraia um pouco, e virava logo comentário entre eles. Era o irmão tossindo, a senhora da rua falando alto, o caminhão de lixo, a espaçonave lá no céu...
Mas um barulho à parte mereceu meia hora de risadas e atenção. Não, não foi a capinha escapando do celular, não foi o Caled andando pelo chão e não foi nenhuma outra coisa senão um pum. Um pum...sim. Gases. Daqueles que todos nós soltamos, mas pretendemos dizer o contrário. Um peido. PAF, PUF, Prrrrr...pfffff....
Mesmo que não tenha sido, pois no fundo eles sabiam que não tinha sido, foi engraçado eles terem criado a situação. E ela foi motivo de riso, de descontração, de aproximação... foi um grande beijo, na verdade.