De dentro pra fora
De dentro pra fora
Francisco Morato, advogado, jurista, fundador da OAB, ao ser cogitado para o cargo de Ministro da Fazenda da ditadura Vargas em 1931, declarou: "Não estou aqui mendigando emprego. Tenho uma banca de advocacia que é das mais rendosas da república e minha fortuna, produto exclusivo do meu trabalho, garante-me abastança e conforto até o fim dos meus dias. Estou aqui reivindicando para São Paulo o direito de se governar a si próprio".
Não parece lógico que o sr. Francisco tenha dito isso de dentro pra fora? A min parece, embora não possa afirmar com a mesma convicção a idéia do Coronel Rabelo - mais um ator da Era Vargas - tido como excêntrico, que desenvolvera uma noção muito particular para estabelecer uma ponte entre o Ser Político e o Ser Desprovido.
"Espavo”, palavra que remonta ao período Lemuriano, está inserida no rol das saudações, significando: “Grato por assumir o seu Poder".
Ora, o referido Poder é interno, vem de dentro, mesmo que para boa parte dos 7 bilhões de encarnados, cada vez que se deparam com o termo Poder pensam automaticamente em revólveres. Razoável tolice já que o Grande Arquiteto vê essa confusão como apenas uma etapa.
Qual é o fio condutor de dentro pra fora? Como se avalia isso? Experts em psicologia afirmam que o estrangulamento é um ato de paixão. Paixão está dentro, mas não serve para integrar o presente conteúdo, tampouco servem as versões do amor que não é amor e sim rascunho, seja o infantil do eu "amo porque sou amado", ou o duvidoso "amo porque preciso de você".
Nada disso compõe a jóia, o que está dentro, e que ao longo da vida, ou das vidas, revela ou deveria revelar seu esplendor. Mas, nem sei o que dizer desse artigo, enfim, uma idéia tola em junho necessariamente talvez não venha a ser assim tão tola em dezembro.
Estamos dedilhando.
"Na alma do homem que entrega o seu ser à perfeita confiança em si e no Todo que se move por ele, não habita incertezas, tampouco tristeza e desespero". Palavras confeccionadas por uma das Mestras que nos assiste nesse delicado momento de transição de Eras. Ela se encontra num estágio onde o dentro e o fora estão adiante do sentido que especulamos, e ainda nos explica que nossas "intenções e preces são enviadas ao mundo espiritual como o vapor de água é conduzido ao céu. E chegando nele, as forças na atmosfera farão com que o mesmo se transforme em água, para que de novo, o mesmo vapor, retorne ao solo em forma de chuva e refresque a terra seca e sedenta".
No âmbito dos incontáveis caminhos da fé tivemos outro dia na Terra Brasilis o lamentável caso da menina apedrejada em virtude de suas crenças. A coisa acabou tomando uma proporção midiática um tanto além da medida, foi a fresta que a hipocrisia nacional, que está dentro, vive dentro, achou para sair de seus nichos e repicar os sinos, prosseguindo alheia ou fingindo-se de, no que tange as crianças vítimas terminais de balas perdidas nos morros e periferias do país inteiro.
Caminha-se de dentro pra fora, a partir de certo ponto da jornada. A concepção do Coronel Rabelo pode ter vindo da mente ou do coração, que, a propósito, dizem ser a grande sacada do séc. XXI - a união de ambos, mas seria um gancho muito proveitoso para os dias de hoje se fosse ventilado, ao menos a título de espalhar certa mensagem, que em último caso trata de consideração. Este personagem menor da história queria obrigar todos os prefeitos a comparecerem ao enterro de todos os mendigos de suas cidades.
Suponho eu que, a cada cerimônia dessas, mais pessoas pensariam com desenvolta delicadeza sobre o dentro e o fora.
(imagem: Vivian Maier)
De dentro pra fora
Francisco Morato, advogado, jurista, fundador da OAB, ao ser cogitado para o cargo de Ministro da Fazenda da ditadura Vargas em 1931, declarou: "Não estou aqui mendigando emprego. Tenho uma banca de advocacia que é das mais rendosas da república e minha fortuna, produto exclusivo do meu trabalho, garante-me abastança e conforto até o fim dos meus dias. Estou aqui reivindicando para São Paulo o direito de se governar a si próprio".
Não parece lógico que o sr. Francisco tenha dito isso de dentro pra fora? A min parece, embora não possa afirmar com a mesma convicção a idéia do Coronel Rabelo - mais um ator da Era Vargas - tido como excêntrico, que desenvolvera uma noção muito particular para estabelecer uma ponte entre o Ser Político e o Ser Desprovido.
"Espavo”, palavra que remonta ao período Lemuriano, está inserida no rol das saudações, significando: “Grato por assumir o seu Poder".
Ora, o referido Poder é interno, vem de dentro, mesmo que para boa parte dos 7 bilhões de encarnados, cada vez que se deparam com o termo Poder pensam automaticamente em revólveres. Razoável tolice já que o Grande Arquiteto vê essa confusão como apenas uma etapa.
Qual é o fio condutor de dentro pra fora? Como se avalia isso? Experts em psicologia afirmam que o estrangulamento é um ato de paixão. Paixão está dentro, mas não serve para integrar o presente conteúdo, tampouco servem as versões do amor que não é amor e sim rascunho, seja o infantil do eu "amo porque sou amado", ou o duvidoso "amo porque preciso de você".
Nada disso compõe a jóia, o que está dentro, e que ao longo da vida, ou das vidas, revela ou deveria revelar seu esplendor. Mas, nem sei o que dizer desse artigo, enfim, uma idéia tola em junho necessariamente talvez não venha a ser assim tão tola em dezembro.
Estamos dedilhando.
"Na alma do homem que entrega o seu ser à perfeita confiança em si e no Todo que se move por ele, não habita incertezas, tampouco tristeza e desespero". Palavras confeccionadas por uma das Mestras que nos assiste nesse delicado momento de transição de Eras. Ela se encontra num estágio onde o dentro e o fora estão adiante do sentido que especulamos, e ainda nos explica que nossas "intenções e preces são enviadas ao mundo espiritual como o vapor de água é conduzido ao céu. E chegando nele, as forças na atmosfera farão com que o mesmo se transforme em água, para que de novo, o mesmo vapor, retorne ao solo em forma de chuva e refresque a terra seca e sedenta".
No âmbito dos incontáveis caminhos da fé tivemos outro dia na Terra Brasilis o lamentável caso da menina apedrejada em virtude de suas crenças. A coisa acabou tomando uma proporção midiática um tanto além da medida, foi a fresta que a hipocrisia nacional, que está dentro, vive dentro, achou para sair de seus nichos e repicar os sinos, prosseguindo alheia ou fingindo-se de, no que tange as crianças vítimas terminais de balas perdidas nos morros e periferias do país inteiro.
Caminha-se de dentro pra fora, a partir de certo ponto da jornada. A concepção do Coronel Rabelo pode ter vindo da mente ou do coração, que, a propósito, dizem ser a grande sacada do séc. XXI - a união de ambos, mas seria um gancho muito proveitoso para os dias de hoje se fosse ventilado, ao menos a título de espalhar certa mensagem, que em último caso trata de consideração. Este personagem menor da história queria obrigar todos os prefeitos a comparecerem ao enterro de todos os mendigos de suas cidades.
Suponho eu que, a cada cerimônia dessas, mais pessoas pensariam com desenvolta delicadeza sobre o dentro e o fora.
(imagem: Vivian Maier)