Foto: Ysolda
MEU TERÇO E O MEU VIOLÃO
Ysolda Cabral
Normalmente o dia de domingo me deixa triste, mas quando ele começa a morrer, mais triste me sinto. Isso não parece contraditório, totalmente descabido? E quando ele morre, como agora, num silêncio suspeitoso?… Chega a me dar arrepios. - Valei-me minha Nossa Senhora de Aparecida!
O Mar, todo sábio e convencido de sua força, não se abala, porém sei que me compreende e não debocha. E é em horas assim que o vejo mais amigo a murmurar ondas de acalantos tranquilizadores para mim.
De qualquer forma, pego um tercinho, presente de minha irmã Inára e começo a rezar em afinada ladainha, mas me perco devido o feitio igual de suas contas. - Fico exasperada!
A aproximação da noite me apavora. Recorro ao meu violão, o encontro de corda partida num canto da sala. - Que decepção! Deixei-lhe o terço de companhia...
Entretanto, amanhã é segunda-feira e vou ter tempo de comprar um acordoamento novo, para que ele possa vir a ser minha ''sanfona'' de São João, além do meu par, na quadrilha da minha infinita solidão…
Quanto ao tercinho, é só fazer a ladainha com auxílio visual que as súplicas chegam aos Céus....
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Praia de Candeias-PE
Sem bandeirolas e sem balões
Em 21.06.2015
Blog: Apenas Ysolda - IV
Para escutar a música de fundo, acesse:
http://www.ysoldacabral.prosaeverso.net
Sem bandeirolas e sem balões
Em 21.06.2015
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