-Ah! Se arrependimento matasse...
Num dia em que tudo deveria sair perfeito, Maria convidou o marido para sair, dar um passeio, quem sabe parar num barzinho, tomar uma cerveja, comer algo, ou simplesmente jogar conversa fora. Isso tudo porque era o aniversário do casamento deles e ela não queria ficar em casa sentada diante da televisão olhando ele dormir no sofá.
Antes de irem á um barzinho ela o chamou para levarem a filha caçula no cabeleireiro. Pronto! Ai a coisa começou a desandar. Eram pouco mais que 18 horas e o trânsito estava terrível, não bastasse o fato de que os carros andavam lentamente, ainda havia os motociclistas e os ciclistas andando entre eles e atrapalhando mais ainda o trânsito.
Maria se arrependeu de tê-lo chamado para ir com elas. Ele todo irritado dava murros no volante e praguejava. Ela tentava em vão acalma-lo. Ele dizia:
-Você sabe que eu não gosto de dirigir carro na cidade. Dirijo 3 mil quilômetros na rodovia, mas não quero dirigir meia hora na cidade. Porque não me deixou em casa descansando???
-Te chamei para sairmos, mas se você não queria bastava dizer não. Se eu soubesse não teria te chamado! Não farei mais isso!
Olhando aquele rosto irritado, Maria sentiu raiva e todo carinho com que ela pensara nele durante o dia foi todo pela janela. Só sabia sentir raiva e mágoa.
-Ah! Se arrependimento matasse...