Conversa de Rodoviária.
As duas mulheres sentadas no banco que dava de costas para o meu, falavam em finitudes com ares filosófico. Pena que a maior parte do que diziam eram apenas frases feitas.
E eu que nada tinha a fazer se não esperar o meu ônibus, ouvia tentando adivinhar seus rostos, idade...
Uma disse morar em Curitiba e odiava o frio. A outra morava em Recife e se queixava de “do calor que faz por lá”.
Eu ouvia a conversa como quem ouve uma história: sem nenhum julgamento, embora torcesse por um desfecho feliz.
Mas não houve desfecho algum. Ambas, após certo tempo, passaram a saltear o assunto e eu acabei por perder o interesse quando o foco da atenção delas passou a serem pessoas que circulavam na Rodoviária.