A MORTE DO LIVO

Não acredito na morte do llivro impresso. Sei que posso estar na contracorrente, a maioria parece que já está assimilando como favas contadas o fim dele. Quem pensa assim está redondamente enganado. Ler, por exemplo, romances na "maquininha" não faz o mesmo efeito, eu diria que é como fazer sexo com uma boneca de vinil. O ato de pegar no livro, virar as páginas, rabiscar, fazer anotações, namorar com ele, alisá-lo, amolegá-lo, sentir o seu cheirinho, fazer todo aquele rirual, ler onde quiser e sem necessidade de ligar nada, poder ler em qualquer lugar... Acho que ler o livro impresso é um hábito que não pode ser deletado. De jeito nenhum.

Fui um aluno relapso. Fiz a pulso o curso ginasial, na marra. Mas sempre me amarrei nos livros, principalmente nos romances. Ador ler, leio até anúncios dos classificados dos jjornais, bulas de rem´´edio e o escambal. Mais: leio best sellers e livros que a crítica desce o cacete. É claro que releio os meus preferidos, aqueles que classifico como biscoito fino. Só não leio, já tentei mas não chego nem na metade, os livros de autores que escreveram para o leitor comum - meu caso - não enenderem nadinha.

Disse que não acredito no fim do livro impresso. Mas sou obrigado a confessar que sinto um certo temor por causa de um fato: as novas gerações têm uma certa aversão ao livro impresso e se inclinam mais pelas "maquininhas", e como a nossa geração vai passar, fico meio cabreiro e triste. Será que os moços vão deixar o livro impresso agonizar e morrer?

No mais sobre o livro impresso adoro a definição do Padre Vieira: "O llivro é um mudo que fala., um surdo que responde, um cego que guia, ummorto que vive".

Viva o livro impresso.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 18/06/2015
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