CARNE DE PECOÇO

Sempre desconfio dos metidos a carne de pescoço: durões, inflexíveis, osso duro de roer, palmatória do mundo, incorruptíveis. No fundo, no fundo mesmo, são uns catões de marré-deci, uns caxiss demeia tijela, uns Rosbierres em compotas.

Não posso negar que existem mesmo homens honestos de verdade, mas estes são huildes, não fazem auê, não precisam fazer reclames se dizendo honestos. Nunca querem bancar ser os pilares da sociedade.

Mas os falsos honestos e metidos a carne de pescoço vivem se amostrando, com uma atração fatal por câmaras e microfones, acusando gregos e troianos, fazendo um carnaval danado, enfatizando e até fazendo escândalo devido a fraqueza do próximo, às vezes até sobre uma mera suposição, vão logo julgando, fazendo ilação, caluniando. São uns sepulcros caiados.

Vejam bem, quem era o terror do senado, o grande refrencial da luta contra a corrupção, o paladino da honestidade, o plamatória do mundo que atraía as câmeras e microfones? Era o senador Demóstebnes Torrres. Foi pego numa "cachoeira" de fisiologismo. Não era nada daquilo que pregava. Era só uma fantasia.

Detesto metido a carne de pescoço.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 17/06/2015
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