Mensagens que edificam - 62

Conviver com o engano e a mentira muitas vezes é mais fácil do que se deparar com a verdade e admití-la. Mais uma vez as conveniências falam mais alto, levando em conta que levantar-se contra o convencional e o tradicional é necessário uma dose cavalar de coragem e disposição para caminhar na contramão e habituar-se às nefastas contestações e múltiplas agressões, desde exclusão explícita de alguns meios de convívio, os quais incluem até o familiar, até a taxação de hereje, blasfemo e inconsequente. Realmente é muito mais cômodo manter-se na postura de cego e permitir ser levado por outros inconvenientes guias cegos, que no entanto conseguem enxergar o quão agradável é se alimentar do despojo da nudez de raciocínio e da ausência de intelectualidade prática. Há um jargão que diz que quem lê sabe mais, todavia nem sempre ler é suficiente para se atingir o saber. A leitura que abre a mente e alarga o horizonte é de antemão não robustecida por conceitos já formados, os quais se violados caracterizarão uma afronta à um conjunto de ideias e falsas interpretações já concebidas. Esta leitura que impõe uma forçosa concordância com o texto e uma impossibilidade de questionar o conteúdo na obra expresso, é inexpressiva e não contundente sob o real aspecto de aprendizado, aliás, é simplesmente o ato de se habilitar no endosso de uma colossal conspiração contra o verdadeiro arbítrio e liberdade de livre pensar. O julgamento pela ordem natural se dá sempre no fim, entretanto a pré-concepção de justiça onde a injustiça cavalga a galope nos puro-sangues das aberrações e das bizarrices é a tônica neste mundo de conjecturas e subjetividades absurdas. Eu jamais serei lacaio deste sistema milenar que ousa o tempo inteiro nos tratar como retardados, teleguiados e gado de fácil manejo. Há no meu coração um forte desejo que pontua a diferença entre quem diz amém para tudo que parte do prepotente altar como se este fosse o supremo tribunal, e os que argumentam a incoerência coercitiva de conceitos e preceitos, todos estes com graves defeitos, pois a fábrica que os forjou articulou, na minha concepção, um fracassado plano de tomar para si todos os direitos e privilégios que nunca existiram. É melhor ficar sempre com a informação que é escândalo para a maioria do que se permitir vestir de palhaço pela aceitação de uma desinformação pra lá de ultrapassada, e para finalizar convém alertar que o espetáculo terminou. Sejam bem vindos à realidade e sejam determinados a dizer não à qualquer engodo surreal que se debruça na subjetividade.