C A R L I T O S

Com o seu terno surrado, o seu bigodinho, o chapéu coco, a bengala e sua mímica arretada, Carlitos marcou indelevelmente uma época e a história do cinema. E, frise-se, a época em que mais se destacou não foi de paz. Pelo contrário, durante grande parte de sya carreira ele atravessou convulsões sociais e guerras. Atingiu o ápice quando o nazismo florescia na Alemanha e ameaçava o mundo. A sua atuação no filme notável "O Grande Ditador" desmoralizou e desmistificou a figura grosseira e trulenta de Hitler.

Depois da Segunda Grande Guerra, Carlitos, pasmem, foi o alvo preferido do macartismo (a indústria fascista americana do anticomunismo) e teve qe deixar os EUA. Foi vítima da intolerância e da perseguição, do preconceito, do reacionarismo furibundo da direita fascista americana que impediam a criatividade e a liberdade de expressão.

Mas a história é dinâmica e nenhuma tirania fica muito tempo no poder. A história mostrou que os fascistas americanos não conseguiram patrulhar e nem impedir o desenvolvimento das artes. Foi a liberdade que redimiu Carlitos e liquidou o macartismo. Os EUA tiveram que anistiar e aceitar Carlitos, inclusive homenageá-lo como libertário e maior artista de todos os tempos.

Carlitos foi uma espécie de Dom Quixote, uma alegoria da liberdade, as suas trapalhadas eram críticas sérias e lindas contra as injustiças. Era mesmo, repito, um libertário. Ele disse: "Se tivesse acreditado na minha brincadeira de dizer verdades que tenho dito brincando. Falei como um palhaço, mas jamais duvidei da platéia que soerria".

Viva Charles Chaplin, o Carlitos. E priu.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 13/06/2015
Código do texto: T5275637
Classificação de conteúdo: seguro