ESCREVER – TRANSPIRAÇÃO OU INSPIRAÇÃO?

Escrever é arte... Em verso ou em prosa. Talvez uma arte milenar que, pouco a pouco, foi evoluindo. E, às vezes, faço o jovem pensar: escrever é só transpirar ou só inspirar? Ou as duas ações trabalham juntas? Ou, em que proporções estão dentro do ato da escrita? E esta semana a tônica foi esta – e muitos argumentaram de forma majestosa.

Inclusive, alguns citaram que a escrita é um processo longo e mágico, pois através dela expressamos o que pensamos e o que sentimos – e muitas vezes faltam-nos palavras para expressar o que sentimos e pensamos. Interessante, não? É através dela que sabemos muitas coisas de nossa longa história. Ou seja, o registro de boa parte da história da humanidade se fez através da escrita – da escrita rudimentar, em cavernas. E, o mais interessante, é que tudo começou há tanto tempo que se perde na contagem dos anos. Aliás, fico a pensar: como determinados grupos de cientistas tentam datar determinados escritos?

Escrever, talvez, não seja para todos (alfabetizar é diferente do que cito aqui – de escrever como processo encantador que é). Ou, ainda, escrever é criar hábito – e poucos gostam deste hábito, pois a ele está ligado o processo da leitura. E ler também requer hábito. Requer paciência, requer – vamos dizer, um bem querer mais que bem querer... – como citou o poeta em seus versos magníficos.

Logo, creio que não há nenhum estudo voltado para o ato da escrita no sentido de inspiração, pois os grandes mestres deixaram registrado que inspiração – provavelmente – seria um por cento e transpirar, batalhar letra a letra, ideia a Idea, noventa e nove por cento. Logo, mostram que escrever requer muito esforço – ou seja, o trabalho da reescrita. E, com certeza, poucos gostam deste momento.

Se somarmos o processo – os citados acima, a leitura se faz presente para alcançar os objetivos desejados. Logo, só se escreve bem quem realmente lê, ou leu bastante durante a sua formação – e, por consequência, continua lendo. É sabido que o processo da leitura traz ao ser humano muitos conhecimentos e estes ficam armazenados em nosso cérebro e, quando solicitados, surgem e o texto segue o seu caminho pelos labirintos das ideias. Mas este caminho – labirinto – não é nada fácil.

Mas, retomando, alguns pensam e agem como se escrever fosse um ato de inspiração. Afirmativamente não, pois até os sonhadores senhores poetas precisam trabalhar muito as palavras para que estas se multipliquem em sentidos e deem novas ideias aos textos. Se Camões, em Os Lusíadas, invocou as ninfas/deusas, também podemos invocar, mas ele completou – com engenho e arte. Ou seja, com trabalho também. Aliás, diga-se de boca cheia que com muito trabalho, com muita arte deixou-nos um legado invejado por muitos povos.

Há, ainda, os que dizem que ambas trabalham juntas – melhor, que não há transpiração se não tivesse surgido a inspiração antes – a ideia de sobre o que escrever. Até é possível de concordar. Mas esquecer, negar a transpiração não é possível de aceitação. E você, caro leitor, o que pensa sobre o ato da escrita? Inspiração ou transpiração? Ou as duas juntas?

E, para finalizar estas linhas, mais uma ilustração – dia dos namorados... Muitos no entusiasmo do novo caminhar lado a lado com uma pessoa, encheu-a de caros presentes (nada contra), mas se foi apenas inspiração momentânea, vai transpirar muito para colocar em dia as finanças – pois corre-se o risco de acontecer. Então dirão o quê? Nada... Apenas transpirar para conseguir, em breve espaço de tempo, alcançar novamente a tão sonhada liberdade de escolha – que, por sinal, não está nada fácil! - 04/06/2015

Prof Pece
Enviado por Prof Pece em 12/06/2015
Código do texto: T5275181
Classificação de conteúdo: seguro