CINCO DÉCADAS E CINCO ANOS... (Reminiscências)
Parece que foi ontem, mas as vivências e as recordações já se passaram 55 longos anos. Corria os primeiros dias do mês de março de 1960, no vigor dos nossos 18 anos; ficamos “hospedados” uma noite no Vigésimo Batalhão de Infantaria, no Bacacheri, bem cedo, após o café da manhã, fomos encaminhados, o grupo se compunha de centenas de jovens, havidos para tomar o trem, - a linha férrea ficava bem próxima ao quartel. - que iria nos conduzir “lentamente” a cidade do Rio de Janeiro, após três dias e duas noites, finalmente chegamos ao local onde prestaríamos o serviço militar, Polícia do Exercito, que bem mais tarde seria a mesma transferida para Brasília, nova capital da república...
Como são naturais os primeiros dias foi de “acomodação”, aos poucos fomos nos interando de nossas novas “atribuições” em que a disciplina tinha lugar de destaque, horário para tudo a serem cumprido de preferência sem “queixas” e lamentações; quando então o conhecemos*, era oriundo de tradicional família de Ponta Grassa, em que a chancela de Espírita era o destaque desta família; entre os 800 convocados para servir, me parece que éramos os dois únicos Espíritas, motivo pelo qual surgiu os laços de amizade que prosseguiriam mesmo após a conclusão do serviço militar; mesmo que esporadicamente, pois cada um seguiria suas vidas, com família e emprego...
Tempos depois fizera concurso para o Banco do Brasil, seguiria a carreira bancária até aposentar-se; no começo de suas atividades, nos deu até incentivo, - nos dando algumas aulas. - para prestássemos concurso, acabamos fazendo, mas não fomos aprovados, e nossa vida seguir por outros rumos, dedicados a função do comércio.
Nos primeiros anos da década de 60, estava “eufórico”, havia adquirido um veículo “0”, DKV, e algumas vezes fomos de carona, até a cidade de Ponta Grossa, para ouvir as palestras de Divaldo Pereira Franco.
Em muitas ocasiões o encontramos no Centro Espírita Capa dos Pobres, - acompanhávamos o saudoso Professor Reinaldo Spiztner em suas memoráveis palestras - pois era lá que prestava o seu labor a doutrina. Em 2004, estávamos fazendo uma viagem com a esposa, haveria o primeiro encontro da família Zimmermannn, acabamos-nos “perdendo” do irmão que ia com seu veículo; estávamos perto de Barra Velha, quando paramos num restaurante para pedir informação; surpresa, reencontramos este amigo que já algum tempo não o víamos; jamais poderíamos imaginar que fosse o nosso derradeiro encontro...
*Ao amigo Lineu Holzmann, sua família, a sua esposa Cleonice Terezinha Sary Holzmann, aceitem os nossos sinceros sentimentos pelo desenlace deste dileto amigo, ocorrido dia 11 deste mês, por coincidência tinha a mesma idade do que a nossa, 73 anos; porém, para nós que somos agraciados pelo consolo da Doutrina Espírita, ninguém “morre”, apenas retornamos a nossa pátria de origem, (Vide verso)e aqueles que cumpriram com sua missão nos postulado do Bem, não se “entristecem”, pois mesmo com a “separação” dos seres que amamos um dia haverá o reencontro, pela lei da afinidade...
Que Deus abençoe este dileto amigo e sua família. Curitiba, 20 de janeiro - Reflexões do Cotidiano - Saul
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