VIVER DÁ TRABALHO...
LIVRE EXPRESSÃO. DIREITO À INFORMAÇÃO HISTÓRICA.CENSURA.PEDOFILIA.
Disse a Ministra Carmen Lúcia que relatou e abriu nessa posição a decisão unânime do colegiado ontem no STF sobre censura prévia; “Cala a boca já morreu”. Nada melhor e mais popular para escancarar o direito à informação histórica.
Censurar é esconder algo que não se quer conhecido. A censura acompanha nossos passos em todos os fatos que incomodam alguém ou a coletividade.Aqui mesmo vive-se sob censura dos comentários quando apagar comentário que não agrada ao comentado já é censura,mas concorre também a possibilidade da censura previa. Existem as vias legais para o exercício do indesejado,dos excessos cometidos para quem se excede,seja onde for,inclusive aqui.
Vive-se sob censura, contrariamente à lei e aos princípios universais de liberdade. A América do Sul é forte exemplo, Venezuela e Cuba e seus consectários são líderes da censura. Um simples exemplo, o artigo 37 da nossa Constituição garante e impõe à administração pública a publicidade e a transparência dos atos na gestão publica,mesmo assim os cartões corporativos são “segredo de Estado”.
Vamos continuar vivendo sob censura. E os ideólogos da mordaça no Brasil insistem (será sempre em vão) em "regular" a comunicação. REPITO COM A MINISTRA, "CALA BOCA JÁ MORREU" ! Será que a insuficiência é tal que ainda não entenderam?
A censura varre o direito histórico da humanidade de ser informada. Conta a própria história.
Existem as censuras que explodem em absurdos, de outro seguimento, como a censura judicial nascida de instituição que contra ela há de se colocar, o judiciário. Esta foi a questão ontem decidida. Biografias censuradas previamente em testilha com a Constituição.
Existe o legal injusto, e ao fim do cabo ilegal por ser inconstitucional. É o que promanava do sentido indevido da regra civil pelo STF dita inconstitucional, aberrantemente inconstitucional, pois contraria um dos maiores ou o maior direito do homem, o direito a recepcionar a informação, que é hibrido, de quem a recepciona, o público, e de quem a dá, fornece a mesma, o repórter histórico.
Não há colidência de direitos nem conflito aparente de normas com o direito à privacidade e os outros de personalidade, como o direito de intimidade.
Os excessos na informação, na expressão do pensamento, a própria lei resolve, claramente. Pune com sanções específicas.
Por muitos anos a pedofilia na igreja foi velada. Não estou criticando a igreja, mas os homens que a administram e a intolerável e criminosa conduta, uma das mais sombrias da humanidade.
Leio hoje, “Para combater pedofilia, Papa aprova Tribunal do Vaticano”. O porta-voz do Vaticano, o religioso Federico Lombardi explicou que os casos “São muito numerosos e se acumularam”. Sem irmos ao conteúdo ou à execração dessa desordem máxima espiritual, por vezes atingindo figuras de relevo na hierarquia, destaque-se que foi a censura que funcionou como estimulo dessa hediondez. Sob as cortinas da história pela censura faz tempo.
Uma coisa é proibir a publicidade em livro de uma vida célebre, por censura prévia do dono dessa vida, e conseguir judicialmente, com erronia judicial, o que ontem obteve barra enérgica contrariamente e sepultou de vez essa arrogância da incultura, outra é deixar “intra muros” fatos hediondos e criminosos, como a pedofilia. O que há de comum em ambos? A pretensa privacidade, e a censura decorrente.
Guardadas as proporções entre os fatos, e peculiaridades distintas, esse substantivo feminino é deplorável em qualquer situação, pois remete, faz remissão ao obscurantismo que quer retirar da sociedade algo ou alguma coisa que a sociedade tem o direito de saber.
Pensar é legítimo, conhecer o pensamento que se expressa é direito de todos, se ele denigre, expõe, injuria, calunia, desmerece, traz infâmia a alguém, a lei pune em seus compartimentos específicos com rigor essa conduta. Se uma celebridade é exposta em livro a lei faculta buscar reparação.
Mas veja-se o alcance da censura, acobertamento de crimes da pior espécie no âmbito humano, abusar sexualmente de crianças "em numerosos casos", mas ao mesmo tempo ministrar sacramentos, violar e violentar votos religiosos, e ter a coragem de ministrar e consagrar a Hóstia Santa. Só para medir o espectro daninho e danoso da pedofilia, praticar aquele que se entregou ao sagrado ministério do sacerdócio o mais hediondo dos crimes.
Nada pior que a censura, seja qual for.
Viver sob censura dá trabalho, pois não se conhece a verdade.